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Em uma década, Amazônia perde área equivalente ao Reino Unido

Imagine o desaparecimento de metade da Amazônia em um futuro próximo, graças às pressões de projetos rodoviários (estradas ou multimodais), de petróleo e gás, mineração e hidrelétricas. Imaginou? Pois bem, essa possibilidade existe, segundo constata o atlas Amazônia sob Pressão, divulgado pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (Raisg).

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05/12/2012 às 15:35 • Atualizada em 02/09/2022 às 4:50 - há XX semanas
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Obras da hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira próximo a Porto Velho, em Rondônia
Foto: Divulgação

Imagine o desaparecimento de metade da Amazônia em um futuro próximo, graças às pressões de projetos rodoviários (estradas ou multimodais), de petróleo e gás, mineração e hidrelétricas. Imaginou? Pois bem, essa possibilidade existe, segundo constata o atlas Amazônia sob Pressão, divulgado na terça-feira, 4 de dezembro, pela Rede Amazônica de Informações Socioambientais Georreferenciadas (Raisg).

A análise do desmatamento mostra que, entre 2000 e 2010, foram suprimidos cerca de 240 mil km2 de floresta amazônica, o que representa o dobro da Amazônia equatoriana ou a totalidade do território do Reino Unido. Oitenta por cento desse desmatamento ocorreu no Brasil, que tem a maior área de floresta do continente (62%).

"Se todos os interesses econômicos que se sobrepõem se concretizarem nos próximos anos, a Amazônia vai se tornar uma savana com ilhas de floresta", projetou o coordenador-geral da Raisg, Beto Ricardo, que representa o Instituto Socioambiental (Brasil).

O desmatamento acumulado na década corresponde a 4,5% da área de floresta que estava de pé até o início do século (68,8 milhões de km²).

As pressões e ameaças à Amazônia mostram que as paisagens de floresta, da diversidade socioambiental e de água doce estão sendo substituídas por paisagens degradadas, savanizadas, áreas mais secas e mais homogêneas. O atlas mostra um arco do desmatamento que se estende do Brasil para a Bolívia, uma área de pressão sobre água, de exploração de petróleo na Amazônia Andina e um anel periférico de mineração.

O desmatamento acumulado na década corresponde a 4,5% da área de floresta que estava de pé até o início do século (68,8 milhões de km²). O Brasil foi o país que mais desmatou, mas também o que combateu o desmatamento com mais eficiência nos últimos cinco anos do período (2005-2010), em que a taxa anual de desmate caiu de 19 mil para 7 mil km².

Mais recentemente, no período 2011-2012, o índice caiu ainda mais, para cerca de 4,6 mil km² - a taxa mais baixa já registrada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde 1988.

Conjunto de pressões representam ameaça

Se todos os interesses econômicos que se sobrepõem se concretizarem nos próximos anos, a Amazônia vai se tornar uma savana com ilhas de floresta"
Beto Ricardo, Instituto Socioambiental

O Atlas traz um conjunto de seis pressões e ameaças sobre a Amazônia na última década: estradas, petróleo e gás, hidrelétricas, mineração, desmatamento e focos de calor - analisados por cinco diferentes unidades territoriais: a Amazônia, o Amazonas de cada país, Áreas Naturais Protegidas, Bacias Hidrográficas e Territórios Indígenas.

Segundo os organizadores do atlas, não foi possível incluir a análise de temas relevantes como a mineração ilegal, extração de madeira e agricultura, devido à falta de informação qualificada e cartograficamente representável para todos os países da Amazônia. Quando esses fatores forem incluídos a situação geral pode ser ainda mais adversa.

A Amazônia apresentada na publicação é um território de alta diversidade socioambiental em rápida mudança. Ele cobre uma extensão de 7,8 milhões de km2, cerca de 12 macrobacias e 158 subacias, compartilhadas por 1.497 municípios, 68 departamentos / estados / províncias em oito países: Bolívia (6,2%), Brasil (64,3%), Colômbia (6,2%), Equador (1,5%), Guiana (2,8%), Peru (10,1%), Suriname (2,1%) e Venezuela (5,8%), além da Guiana Francesa (1,1%). Na Amazônia vivem cerca de 33 milhões de pessoas, incluindo 385 povos indígenas, alguns em situação de "isolamento".
A Raisg é formada por 11 organizações dos 9 países amazônicos -Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.

- Conheça o atlas na íntegra (em PDF) -

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