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Emissão de gases de efeito estufa cresceu 7,8% no Brasil, mostra levantamento

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20/11/2014 às 9:00 • Atualizada em 01/09/2022 às 18:44 - há XX semanas
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Emissões provenientes do desmatamento cresceram 16,4% em 2013, em relação ao que era emitido em 2012
Foto: Arquivo/Agência Brasil

A emissão de gases causadores de efeito estufa no país aumentou 7,8% no ano passado, na comparação com o ano de 2012. O levantamento mostra que houve uma mudança de trajetória negativa para o país, uma vez que, de 2011 para 2012, havia sido registrada queda de 4,7%.

Os dados fazem parte do inventário divulgado na quarta-feira, 19 de novembro, em São Paulo, pelo Observatório do Clima, uma rede formada por várias organizações da sociedade civil que atuam em mudanças climáticas, entre elas Greenpeace, SOS Mata Atlântica, WWF Brasil e Instituto Socioambiental.

Segundo o estudo, as emissões passaram de 1,46 gigatonelada (Gt) em 2012 para 1,57 Gt em 2013, considerando todo o Brasil. Todos os setores responsáveis pelas emissões apresentaram crescimento, com destaque para o setor da energia (7,3%) e do desmatamento (16,4%).

De acordo com Tasso Azevedo, coordenador técnico do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, a perspectiva para os setores, que incluem agropecuária, energia, desmatamento, indústria e resíduos (lixo e esgoto), é crescimento na emissão de gases nos próximos anos.

De acordo com André Ferretti, coordenador do Observatório do Clima, as emissões brasileiras representam 3% do total das emissões globais.

“As projeções baseadas em dados do ano passado apontavam 1,7 Gt em 2020, sendo que a meta era não passar de 2 Gt. A gente refez essa trajetória, conforme o comportamento atual, e ficou em 2,2 gigatoneladas toneladas em 2020”, disse ele.

Desmatadores

O estado que mais contribui para a emissão de gases no ano passado foi o Pará, seguido por Mato Grosso, devido ao desmatamento e à atividade agropecuária. Descontados esses dois setores relacionados ao uso da terra, despontam como maiores emissores os estados de São Paulo, Minas Gerais e do Rio Grande do Sul.

A emissão per capita no país foi 7,8 toneladas, uma redução drástica ao longo dos anos, já que, em 1995 a emissão era 18 toneladas per capita. A redução está relacionada com a queda do desmatamento na Amazônia, mas está, ainda, distante do ideal, um patamar entre 1 e 3 toneladas per capita.

Detectar tendências

De acordo com André Ferretti, coordenador do Observatório do Clima, as emissões brasileiras representam 3% do total das emissões globais. O país tem 2,8% da população do planeta e responde por 5% do território. Os números, para ele, são satisfatórios, já que, em 2004, o país respondia por 6% das emissões mundiais.

“A gente vem mostrando que o Brasil fez um grande esforço e diminuiu as emissões, mas o objetivo do Observatório com essas estimativas é que possamos detectar tendências, e tentar corrigir ou pensar em novas políticas públicas”, declarou.

Outros dados

Em nota, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que os dados do Observatório do Clima, provenientes do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg), valoriza os dados brutos, sem considerar de maneira destacada a remoção de CO2 das áreas protegidas, que somam mais de 60 milhões de hectares.

Ainda segundo a nota da pasta ambiental, os dados atualizados das estimativas oficiais de emissões de gases de efeito estufa no Brasil foram anunciados no dia 13 de novembro e estão disponíveis no site do MCTI.

(Com informações da Agência Brasil e do Ministério do Meio Ambiente)

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