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Emissão de gases de efeito estufa não teve redução efetiva em 2012

Aumento na emissão ocorre em função de recentes decisões do planejamento energético nacional de aumentar a contribuição de fontes não renováveis de energia na matriz brasileira (como termoelétricas a gás natural e a carvão). O dado integra o inventário do Programa Brasileiro GHG Protocol, estudo desenvolvido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas.

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05/08/2013 às 11:05 • Atualizada em 29/08/2022 às 1:20 - há XX semanas
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Obra da usina termelétrica Candiota 3, no Rio Grande do Sul, obra do PAC 2
Fotos: Eduardo Tavares

O inventário do Programa Brasileiro GHG Protocol, estudo desenvolvido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas, mostra que, no ano passado, a emissão direta de gases que provocam o efeito estufa não teve redução efetiva. Foram emitidos 71,6 milhões de toneladas de gás carbônico. Houve queda de 35% no total de emissões em relação a 2011, mas isso ocorre porque uma grande organização que participava da pesquisa deixou de publicar seu inventário em 2012.

O programa, que completa cinco anos em 2013, conta com a participação de 106 organizações. Entre os setores com maior representatividade estão a indústria de transformação (35% das organizações), as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (11%), a eletricidade e o gás (7%) e a construção (7%).

Aumento na emissão ocorre em função de recentes decisões do planejamento energético nacional de aumentar a contribuição de fontes não renováveis

As emissões diretas de gases são as provenientes de fontes controladas pela empresa, como de combustão em caldeiras, fornos, veículos, emissões do processo produtivo, emissões de sistemas de ar condicionado e refrigeração.

O levantamento traz também o volume de emissões indiretas de energia adquirida, provenientes da aquisição de energia elétrica e térmica. Essas emissões ocorrem fisicamente no local onde a energia é produzida, mas são de responsabilidade indireta da organização que a consome. No ano passado, a emissão foi 4,8 milhões de toneladas. Em 2011, a mesma fonte havia somado 3,3 milhões de gás carbônico.

Fontes sujas

Segundo o estudo, o aumento na emissão ocorre em função de recentes decisões do planejamento energético nacional de aumentar a contribuição de fontes não renováveis de energia na matriz brasileira (como termoelétricas a gás natural e a carvão). Isso gera um aumento nas emissões de gases associadas ao consumo elétrico.

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Queima de carvão para produção de energia na termelétrica Candiota 3. Governo afirma que a usina queima menos carvão do que as demais no país

Um terceiro grupo mostrado pela pesquisa foi o de emissões indiretas, que são as atividades não controladas pela organização, mas que ocorrem em consequência de suas atividades. Nele, foram emitidos 282,9 milhões de gás carbônico em 2012.

Programa brasileiro

O Programa Brasileiro GHG Protocol tem como objetivo estimular a cultura corporativa para a elaboração e publicação de inventários de emissões de gases do efeito estufa (GEE), proporcionando aos participantes acesso a instrumentos e padrões de qualidade internacional.

Trata-se de uma ferramenta utilizada para entender, quantificar e gerenciar emissões de GEE, que foi originalmente desenvolvida nos Estados Unidos, em 1998, pelo World Resources Institute (WRI) e é hoje a metodologia mais usada mundialmente pelas empresas e governos para a realização de inventários de GEE.

Com informações da Agência Brasil

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