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Emissões de gases de efeito estufa caem mais de 40% em sete anos

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14/11/2014 às 11:56 • Atualizada em 30/08/2022 às 10:23 - há XX semanas
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Emissões do setor de energia cresceram 35,9% em quantidade de emissões entre 2005 e 2012
Foto: Roberta Franchuk/Pembina Institute

As estimativas de emissões de gases de efeito estufa no Brasil entre 2005 e 2012 caíram 41,1%, de acordo com a segunda edição do relatório Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa, lançado na quinta-feira, 13 de novembro, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

O total de emissões em 2012 foi 1,2 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente, contra 2,03 bilhões em 2005. Os setores de energia e agropecuária dividem a liderança como maiores emissores, em 2012, com 37% das emissões cada.

O setor de uso da terra e floresta, que em 2005 representavam 58% das emissões de gás carbônico equivalente, em 2012 passou a registrar 15% das emissões no país em 2012, como resultado da queda nas taxas de desmatamento a partir de 2004. Os processos industriais e tratamento de resíduos somam 7% e 4% das emissões, respectivamente.

Para o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, pela trajetória apresentada, o Brasil poderá atingir as metas máximas de emissão antes do prazo previsto, em 2020. A projeção de emissões de gases de efeito estufa foi estimada em 3,2 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente para 2020, compromisso assumido voluntariamente pelo Brasil na Convenção do Clima em Copenhague, em 2009. As emissões em 2012 estão 44% menores do que o projetado para o ano.

A perspectiva é que em março de 2015 a primeira rodada de informações seja apresentada para subsidiar o governo brasileiro na tomada de decisões sobre a proposta de políticas climáticas na Convenção do Clima em Paris, no ano que vem.

“Vemos que as emissões pelo uso da terra e florestas continuam descendentes. Outra boa notícia é que as emissões da agropecuária sinalizam tendência de estabilização bem mais rápida do que supúnhamos. As emissões cresceram 7%, só que o produto agrícola bruto aumentou entre 26% e 28% e ainda não dá para mensurar os resultados do Plano ABC [Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, implementado em 2010]”, destacou o secretário.

Setor de energia

Apesar do sucesso nessas duas áreas, o setor de energia cresceu 35,9% em quantidade de emissões entre 2005 e 2012. “Energia renovável não é mais uma alternativa, fontes renováveis, como eólica e solar, são a energia do futuro próximo, não é mais daqui muitas décadas. E o Brasil é privilegiado, porque é o país que tem a maior quantidade de potencial de energia renovável continental por quilômetro quadrado, somando o vento, o sol, a água e a biomassa, então temos que dar vazão a esse potencial, fazer um esforço para a substituição nas próximas décadas de energia fóssil por renovável. Isso é mandatório para não deixar o planeta superaquecer”, explicou Carlos Nobre.

O MCTI também apresentou o projeto Opções de Mitigação de Emissões de Gases de Efeitos Estufa em Setores-Chave do Brasil, executado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e com apoio financeiro do Fundo Mundial para o Meio Ambiente.

Políticas climáticas

O objetivo é contribuir para fortalecer a capacidade do governo brasileiro para lidar com mudanças do clima com políticas públicas que sejam adaptadas à realidade do país. O setores-chave de estudo do projeto são: indústria, energia, residencial e serviços, Lulucf (sigla em inglês para usos da terra e florestas), transportes, gestão de resíduos e opções intersetoriais.

O coordenador técnico do projeto, Régis Rathmann, diz que a perspectiva é que em março de 2015 a primeira rodada de informações seja apresentada para subsidiar o governo brasileiro na tomada de decisões sobre a proposta de políticas climáticas na Convenção do Clima em Paris, no ano que vem. “Agora estamos no componente de análises setoriais do projeto, olhando individualmente cada setor. E só a partir da integração dessas análises conseguiremos medir o potencial real de mitigação para esses diferentes setores e consequentemente para a economia brasileira”, explicou Rathmann.

(Por Andreia Verdélio, da Agência Brasil)

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