Coque é utilizado na produção de aço. Substância é composta por carbono
Foto: SXC.hu
Gerar até 2,5 milhões de toneladas em créditos de carbono ao longo de 10 anos, a partir do aproveitamento integral dos gases gerados no processo de produção de coque (substância que contém CO2 e integra a produção de aço). Este é o objetivo da ArcelorMittal Tubarão, empresa produtora de aço situada no Espírito Santo que validou recentemente, junto à ONU, seu segundo projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), no âmbito do Protocolo de Kyoto.
Segundo o gerente de meio ambiente da ArcelorMittal Tubarão, Guilherme Correa Abreu, este é o segundo projeto do Grupo ArcelorMittal registrado na ONU e tem capacidade até cinco vezes maior de geração de créditos, se comparado ao primeiro registrado pela empresa, em 2008. “Ao longo de 10 anos, temos potencial de gerar até 2,5 milhões de toneladas de CO2 em créditos de carbono.”, afirmou o executivo.
Com o registro na ONU, a empresa já se prepara para a próxima etapa, que consiste no monitoramento dos créditos e na realização da fase de verificação junto às Nações Unidas. Essa etapa deve ser concluída em dois anos, quando a companhia poderá concretizar a comercialização dos créditos.
No primeiro projeto de MDL da ArcelorMittal Tubarão, em que a empresa tinha potencial de geração de 430 mil toneladas de CO2 em 10 anos, o lote de créditos pioneiro foi comercializado junto ao banco alemão Kreditanstalt fuer Wiederaufbau (KfW), no valor de US$ 5 milhões. “Foi a primeira experiência de venda de créditos de carbono em produtoras de aço no mundo. Envolvemos várias áreas da empresa como engenharia, operação, manutenção, automação e controladoria. Todos alinhados ao planejamento estratégico na perspectiva da sustentabilidade”, lembrou Guilherme.
Pacto Global
A ArcelorMittal Brasil é signatária do Pacto Global (Global Compact) da Organização das Nações Unidas (ONU) e também atua para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), definidos pela ONU em 2000 e cujo prazo expira em 2015.
A empresa também foi uma das primeiras signatárias do Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção, uma iniciativa do Instituto Ethos de Responsabilidade Empresarial e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que estabelece diretrizes a serem seguidas pelas instituições visando garantir um relacionamento ético com o poder público.
Benefícios do MDL
- Auxilia os países desenvolvidos (mais industrializados e poluidores) a cumprir com as metas de redução dos gases-estufa estipuladas no Protocolo de Kyoto.
- Beneficia os países em desenvolvimento, que passam a contar com tecnologias de baixo carbono para executar os projetos sustentáveis, além de investirem os recursos financeiros gerados pelos créditos de carbono no combate as mudanças climáticas.
- Ajuda a reduzir as emissões globais de gases causadores de efeito estufa, que prococam o aquecimento global.
Pontos negativos do MDL
- Os países desenvolvidos podem usar o mecanismo como desculpa para não reduzir as próprias emissões de gases-estufa, já que desembolsarão as quantias referentes aos créditos de carbono disponíveis no mercado;
- As regras do mercado de carbono ainda não são claras, a medida que as negociações internacionais sobre o clima não têm alcançado o êxito esperado;
- Burocracia demasiada para aprovação dos projetos.
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