Asfalto-borracha, que reaproveita pneus velhos, costuma ser mais durável do que o convencional, além de mais benéfico ao meio ambiente
Foto: Divulgação
Uma criação do norte-americano Charles MacDonald, lá nos idos de 1960, tem sido considerada de grande importância para o Brasil atualmente: trata-se do asfalto-borracha, produzido a partir de pneus inservíveis - aqui no país são descartados cerca de 30 milhões de pneus por ano (dados de 2012).
O grupo EcoRodovias, um dos maiores do Brasil no ramo de logística, utiliza o asfalto-borracha nas rodovias sob sua concessão, por meio da reciclagem. Integram o sistema a Anchieta-Imigrantes e o corredor Ayrton Senna-Carvalho Pinto, no estado de São Paulo. São cerca de 1,5 mil km pavimentados com essa tecnologia, o que corresponde a 22% das estradas administradas pela companhia.
Em novembro de 2012, a EcoRodovias chegou a ser anunciada como uma das 21 empresas-modelo em sustentabilidade do Guia Exame, que reconhece os exemplos de responsabilidade socioambiental do setor privado. A companhia também publica anualmente relatórios de sustentabilidade.
Na pavimentação de 1 km de rodovias com asfalto-borracha, a Ecovias, empresa controlada pelo grupo, reutiliza 600 pneus. Ela aplica o material em regiões das rodovias Imigrantes e Anchieta, e na Cônego Domênico Rangoni, a concessionária desenvolveu sua própria usina de asfalto, capaz de fabricar tanto o produto comum, proveniente do petróleo (chamado de CAP), como o asfalto-borracha.
Lei estadual
Desde o começo de 2012, as rodovias paulistas precisam utilizar asfalto enriquecido com borracha pulverizada proveniente de pneus inservíveis, segundo projeto de lei do deputado Reinaldo Alguz (PV), que baseou-se na preocupação com a produção excessiva de resíduos sólidos e na busca de uma destinação adequada para as mais de 320 mil toneladas de pneus coletados no país, volume que equivale a 64 milhões de unidades de pneus de carros de passeio.
A ressalva é que esse tipo de pavimentação é cerca de 30% mais caro. "Se precisa de um processo industrial para adicionar a borracha que vai dar condição de melhor resistência ao impacto de tráfego e da intempérie é óbvio que fica mais caro", afirmou ao site Infraestrutura Urbana o consultor em pavimentação Firmino Sávio de Souza.
Questão ambiental
Decidir se a resistência compensa o custo maior de implantação do asfalto-borracha vai depender da análise do projeto técnico. A durabilidade varia de acordo com as condições da estrada, a temperatura e clima da região, assim como a intensidade do tráfego.
"Mesmo o asfalto-borracha sendo mais caro que o convencional, é ecologicamente correto por colaborar com a diminuição de resíduos prejudiciais ao meio ambiente. A questão ambiental é um fator que impulsionou a concessionária a investir no asfalto-borracha", destacou Paulo Rosa, engenheiro assessor de projetos especiais da EcoVias.
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