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SUSTENTABILIDADE

Empresa reutiliza 600 pneus para cada quilômetro de rodovia pavimentado

O grupo EcoRodovias, um dos maiores do Brasil no ramo de logística, utiliza o asfalto-borracha nas rodovias sob sua concessão, por meio da reciclagem. Integram o sistema a Anchieta-Imigrantes e o corredor Ayrton Senna-Carvalho Pinto, no estado de São Paulo. Em novembro de 2012, a companhia chegou a ser anunciada como uma das 21 empresas-modelo em sustentabilidade do Guia Exame.

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03/01/2013 às 17:20 • Atualizada em 02/09/2022 às 4:36 - há XX semanas
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Asfalto-borracha, que reaproveita pneus velhos, costuma ser mais durável do que o convencional, além de mais benéfico ao meio ambiente
Foto: Divulgação

Uma criação do norte-americano Charles MacDonald, lá nos idos de 1960, tem sido considerada de grande importância para o Brasil atualmente: trata-se do asfalto-borracha, produzido a partir de pneus inservíveis - aqui no país são descartados cerca de 30 milhões de pneus por ano (dados de 2012).

O grupo EcoRodovias, um dos maiores do Brasil no ramo de logística, utiliza o asfalto-borracha nas rodovias sob sua concessão, por meio da reciclagem. Integram o sistema a Anchieta-Imigrantes e o corredor Ayrton Senna-Carvalho Pinto, no estado de São Paulo. São cerca de 1,5 mil km pavimentados com essa tecnologia, o que corresponde a 22% das estradas administradas pela companhia.

Dos 170 mil km de malha asfáltica no Brasil, 8 mil km de estradas são pavimentadas com asfalto-borracha.

Em novembro de 2012, a EcoRodovias chegou a ser anunciada como uma das 21 empresas-modelo em sustentabilidade do Guia Exame, que reconhece os exemplos de responsabilidade socioambiental do setor privado. A companhia também publica anualmente relatórios de sustentabilidade.

Na pavimentação de 1 km de rodovias com asfalto-borracha, a Ecovias, empresa controlada pelo grupo, reutiliza 600 pneus. Ela aplica o material em regiões das rodovias Imigrantes e Anchieta, e na Cônego Domênico Rangoni, a concessionária desenvolveu sua própria usina de asfalto, capaz de fabricar tanto o produto comum, proveniente do petróleo (chamado de CAP), como o asfalto-borracha.

Lei estadual

Desde o começo de 2012, as rodovias paulistas precisam utilizar asfalto enriquecido com borracha pulverizada proveniente de pneus inservíveis, segundo projeto de lei do deputado Reinaldo Alguz (PV), que baseou-se na preocupação com a produção excessiva de resíduos sólidos e na busca de uma destinação adequada para as mais de 320 mil toneladas de pneus coletados no país, volume que equivale a 64 milhões de unidades de pneus de carros de passeio.

Embora a tecnologia exista há mais cinco décadas, o Brasil só passou a ter acesso a ela a partir dos anos 2000, quando a patente norte-americana venceu. Nos EUA, 70% da malha asfáltica do Arizona contam com malha asfáltica. África do Sul e Portugal também utilizam esse sistema.

A ressalva é que esse tipo de pavimentação é cerca de 30% mais caro. "Se precisa de um processo industrial para adicionar a borracha que vai dar condição de melhor resistência ao impacto de tráfego e da intempérie é óbvio que fica mais caro", afirmou ao site Infraestrutura Urbana o consultor em pavimentação Firmino Sávio de Souza.

Questão ambiental

De­­cidir se a resistência compensa o custo maior de im­­­plan­­­­­tação do asfalto-borracha vai depender da análise do projeto técnico. A durabilidade varia de acordo com as condições da estrada, a temperatura e clima da região, assim como a intensidade do tráfego.

"Mesmo o asfalto-borracha sendo mais caro que o convencional, é ecologicamente correto por colaborar com a diminuição de resíduos prejudiciais ao meio ambiente. A questão ambiental é um fator que impulsionou a concessionária a investir no asfalto-borracha", destacou Paulo Rosa, engenheiro assessor de projetos especiais da EcoVias.

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