85% das empresas afirmam ter práticas sustentáveis contra 79%, em 2009/Imagem: Sxc.hu
Os líderes empresariais brasileiros estão divididos nas expectativas sobre a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A pesquisa “Desenvolvimento sustentável no Brasil – das visões do empresariado às práticas das organizações”, realizada pela empresa de consultoria Deloitte, revelou que 45% dos empresários acreditam que a Rio+20 contribuirá para acelerar as discussões em curso.
No entanto, o mesmo percentual de entrevistados não acha que a conferência trará mudanças significativas. Os outros 10% têm visões distintas, desde a expectativa de grandes transformações até as de retrocesso global.
De acordo com a pesquisa, realizada com gestores de 108 organizações entre 9 de abril e 15 de maio, o empresariado acredita que é necessário definir metas claras a serem cumpridas para transformar as questões da conferência em ações concretas (30% dos entrevistados) ou ainda estabelecer sanções legais a países e empresas que não cumprirem as metas (também 30%).
Já os resultados concretos da conferência par o cotidiano desses gestores, deverá ser a adoção de novas tecnologias (apontada por 20% dos entrevistados), a implantação de certificações e auditorias (19%), a racionalização do uso de recursos naturais, com o emprego de matérias-primas e insumos (16%) e a necessidade de aderência a regulamentações na área ambiental (14%).
Informações
Para orientar os empresários durante a conferência, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) lançou o Guia Rio+20, com as principais informações sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
No lançamento do guia, que ocorreu na quarta-feira, 28 de maio, o conselho alertou para a crescente pressão de consumidores em todo o mundo por produtos e processos ambientalmente responsáveis que poderá tirar mercado de empresas que não sejam sustentáveis.
Cenário
A pesquisa também apresentou o contexto nas quais as organizações entrevistadas estão inseridas. Das empresas consultadas pela Deloitte, 77% detêm no planejamento estratégico o compromisso formal com a sustentabilidade, sendo que a adoção de políticas e diretrizes na área ocorre em 47% das organizações (com pretensões de adesão em outros 26%). A elaboração de relatórios de sustentabilidade ocorre em 43% das empresas, com outros 25% delas informando intenção de fazê-lo. O gerenciamento de impactos ambientais se dá em 42% da amostra.
Quanto a adoção dessas práticas, o número cresceu desde a última pesquisa realizada pela consultoria em 2009. Na ocasião, 78% das empresas que adotavam práticas sustentáveis e 18% pretendiam adotar. Na pesquisa de 2012, 85% afirmam adotar essas práticas e 12% indicam a intenção de fazê-lo. Na pesquisa atual, cerca de metade das empresas (51%) respondeu ter metas socioambientais estabelecidas. A prática de vincular a remuneração dos funcionários a metas associadas à sustentabilidade já faz parte da realidade de 27% das corporações entrevistadas.
Entre os programas e iniciativas pró-sustentabilidade mais adotados hoje pelas empresas, destacam-se, conforme a pesquisa: a coleta seletiva de lixo (73% delas já a praticam e 20% pretendem praticar), ações de responsabilidade social (65% já as realizam na comunidade e 60% entre os funcionários), a racionalização do uso de recursos naturais (54% já o fazem e outras 26% indicam intenção de fazê-lo) e atividades de educação ambiental (51% já adotam e 30% pretendem adotar).
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