Autoridades demonstram preocupação durante conferência da ONU em Estocolmo (Suécia), onde será divulgado o quinto relatório do IPCC
Foto: iicd.ca
As empresas cada vez mais levam em conta fatores climáticos nos seus planejamentos estratégicos, e o quinto relatório do IPCC (Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que será lançado pela ONU na sexta-feira, 27 de setembro, deverá salientar os riscos associados a problemas como temperaturas extremas, secas e elevação do nível dos mares.
Segundo versões preliminares obtidas pela Reuters, o IPCC irá apontar como "extremamente provável" (com pelo menos 95% de probabilidade) que as mudanças climáticas tenham causa humana, e alertará governos sobre a necessidade de se empenharem mais no combate às emissões de gases do efeito estufa.
A maioria das empresas já examina como as mudanças climáticas e episódios extremos como enchentes, furacões, tornados e tufões, por exemplo, podem impactar sua produção, suas operações, a disponibilidade de bens e a demanda.
"Para as empresas, não se trata de argumentar contra o consenso científico, e sim de entender a escala do risco", destacou à Reuters Celine Herweijer, sócia da PwC.
Influência do clima
Cerca de 80% do patrimônio de empresas listadas no índice FTSE 350, da Bolsa de Londres, estão no exterior, sendo grande parte nos países mais vulneráveis às mudanças climáticas, como Índia, China, África do Sul e Brasil.
A fabricante de bebidas Diageo, por exemplo, vem se expandindo em mercados emergentes, como África, Índia e América Latina, e prevê que questões hídricas afetarão cultivos agrícolas ligados ao seu negócio.
"À medida que nossas empresas continuam crescendo, particularmente nos mercados emergentes, cresce o impacto das mudanças climáticas", ressaltou Michael Alexander, diretor ambiental da companhia, acrescentando que a empresa já busca matérias-primas cujo consumo dependa menos da água, como sorgo e mandioca.
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