Desmatamento responde por 15% das emissões mundiais de gases de efeito estufa. As árvores armazenam carbono
Foto: Moyan_Brenn
Em um ano marcado por uma série de eventos climáticos extremos, picos nos preços de commodities e desastres na cadeia de suprimentos, os dados mais recentes da edição 2013 do programa CDP Forests revelam que a comunidade empresarial ainda desconhece os riscos que o desmatamento provocam em suas próprias cadeias de suprimentos, que podem comprometer significativamente a capacidade operativa e expor acionistas.
O relatório anual do CDP, lançado em Londres com a presença do Príncipe Charles, destaca o fato de a maior parte das empresas precisar se engajar mais. Em nome de 184 investidores que movimentam US$13 trilhões em ativos, o programa Forest do CDP, anteriormente conhecido como The Global Canopy Programme’s Forest Footprint Disclosure Project, solicita às empresas que divulguem suas exposições a riscos de desmatamento por meio da utilização que fazem de cinco commodities agrícolas - responsáveis pela maior parte do desmatamento: óleo de palma, soja, biocombustíveis, madeira e criação de gado.
O número de investidores signatários que deseja informações corporativas por meio do programa Forest do CDP mais do que dobrou neste ano. Além disso, 139 companhias listadas com capitalização de mercado de mais de US$ 3 trilhões, incluindo 52 novas empresas, responderam ao pedido dos investidores por transparência e prestação de contas sobre o uso de commodities agrícolas críticas. As empresas usam o programa para entender e endereçar suas exposições aos riscos de desmatamento.
Com base no relato das participantes, são três desafios-chave relacionados a desmatamento:
- Falta de rastreabilidade nas cadeias de suprimentos globais de commodities;
- Desafios com certificações;
- Incerteza regulatória.
O CDP avalia as companhias participantes em relação a qualidade e integridade das informações fornecidas. Empresas como Marks and Spencer, Unilever, Nestlé e British Airways, estão envolvidas no programa há cinco anos e melhoram ano a ano seu reporte e gestão. Dentre todas as empresas, observou-se melhora parcial de 27% neste ano, sugerindo progresso na questão de gerenciamento de riscos de desmatamento.
Entretanto, algumas empresas ainda não reconhecem fornecimento e a volatilidade dos preços como um risco. Alguns clientes, por exemplo., afirmam não ter nenhum risco em seu negócio relacionado às mudanças climáticas e uma única companhia reconheceu que a fraude no fornecimento de informações é um problema.
Riscos complexos
“Muitas empresas não entendem a complexidade dos riscos de desmatamento em seus negócios. Mas, se nenhuma atitude é tomada, diversos negócios podem se tornar desastrosos como o caso do escândalo envolvendo a carne de cavalo, minando o valor para o acionista. No CDP, temos o maior sistema do mundo para que empresários declararem e entendam esses ricos operacionais, de reputação e de cadeias de suprimento, enquanto alertamos investidores para os valores implicados. O CDP acredita que uma solução comum a todos, via outras organizações, como a Tropical Forest Alliance 2020, será um poderoso propulsor”, afirma Paul Simpson, CEO do CDP.
Segundo Gavin Neath, assessor de Paul Polman, CEO da Unilever, o desmatamento não precisa acontecer. “Nós podemos atender até mesmo às mais otimistas estimativas da futura demanda por palma, soja e carne sem cortar outra árvore. Os fatos são absolutamente claros nisso. Cada vez mais empresas estão percebendo isso e estão tomando as providências necessárias para eliminar o desmatamento de suas cadeias de negócios.”
O relatório completo está disponível no site do CDP.
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