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SUSTENTABILIDADE

Energia nuclear é "castigo" para futuras gerações, critica Marina Silva

E ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente desmentiu que o custo da geração nuclear seja baixo. "É uma energia subsidiada com os impostos dos brasileiros para, ao invés de ser uma solução, ser um problema". Segundo ela, os investimentos que vêm sendo efetuados na área nuclear deveriam ser direcionados para outras fontes de geração.

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02/06/2012 às 8:05 • Atualizada em 14/09/2022 às 10:35 - há XX semanas
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marina silva defendeu que os investimentos deveriam ser feitos em outras fontes energ?icas
Marina defendeu que os investimentos deveriam ser feitos em outras fontes energéticas/Foto: Renato Araújo/ABr

A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva reafirmou na sexta-feira, 1º de junho, sua posição contrária ao emprego da energia nuclear pelo Brasil. “Não é uma energia segura, não se sabe o que fazer com os resíduos, e vai ficar, não como um legado, mas como um castigo para as futuras gerações”, afirmou, após participar do seminário Energia Limpa: Oportunidades e Desafios no Brasil.

O evento faz parte da programação da coordenação de programas de pós-graduação de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) preparatória à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada de 13 a 22 na capital fluminense.

Marina desmentiu que o custo da geração nuclear seja baixo. “É uma energia subsidiada com os impostos dos brasileiros para, ao invés de ser uma solução, ser um problema”. Segundo a ex-senadora, os investimentos que vêm sendo efetuados na área nuclear deveriam ser direcionados para outras fontes de geração. Ela também lembrou que a Alemanha está abandonando o uso dessa energia.

Em sua palestra, Marina destacou que o Brasil precisa pensar em energia limpa no contexto atual das crises que o mundo vive, e que são de ordem não só econômica, mas social, ambiental, política e de valores. Trata-se, externou, de “uma crise civilizatória”. Segundo ela, a crise de valores permeia todas as demais.

Segundo Marina, a reversão dos problemas trazidos pelas mudanças climáticas depende de governo e sociedade estarem conscientes das escolhas que fazem. Para o setor energético, em especial, indicou que deve haver uma democratização do planejamento. Foi dessa forma, garantiu, que, em sua gestão à frente do Ministério do Meio Ambiente, no governo Lula, o país conseguiu alcançar mais de 80% de redução do desmatamento.

No caso particular das hidrelétricas e do setor energético como um todo, devido aos impactos causados por esse tipo de empreendimento, salientou a importância dos investimentos intangíveis, por meio da valorização do patrimônio imaterial, representado por cerca de 220 povos que falam 180 línguas, com conhecimentos tradicionais e milenares, associados aos recursos naturais existentes.

“Essas culturas estão sendo ameaçadas”, denunciou, indicando o caso dos índios da Amazônia e de regiões remotas do país, onde estão localizados 64% do potencial hidrelétrico brasileiro.

A ex-ministra defendeu que haja no Brasil uma coautoria de planejamento e decisões envolvendo governo, sociedade civil e academia. A sociedade, para ela, tem que ser consciente, engajada e pró-ativa. “Isso, assegurou, só é possível com democracia”. Para ela, esse planejamento democrático conduzirá à eficiência energética do país, como já vem ocorrendo desde o apagão de 2001.

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