Participação da energia eólica pode ser de 21,1% caso o potencial para as renováveis seja melhor aproveitado
Foto: Reprodução/Greenpeace
Propor uma matriz energética mais limpa e sustentável para o Brasil até 2050. Este é o principal objetivo da terceira edição do relatório [R]evolução Energética, divulgado em São Paulo na terça-feira, 27 de agosto, pela organização não governamental Greenpeace.
Segundo o relatório, o Brasil tem potencial para chegar a 2050 com uma matriz energética com 66,5% participação de fontes renováveis, como vento, sol e biomassa - presença 47% maior do que a observada hoje. A análise considera, pela primeira vez, o uso de energia como um todo para os setores elétrico, de transportes e industrial. Se for isolada a matriz elétrica, a participação de renováveis, de acordo com o estudo, pode chegar a 92%.
Ao trabalhar com projeções de crescimento da economia e da população, o estudo calcula quanto deve ser a demanda de energia do Brasil para daqui a 40 anos e a participação que cada tipo de fonte pode ter na matriz - com base no seu potencial, na sua habilidade econômica e na forma como o mercado tem se movimentado, independentemente de ações do governo.
Peso das hidrelétricas
A ideia é não só reduzir a participação dos combustíveis fósseis, mas também das hidrelétricas (que embora utilizem uma fonte renovável, causam grandes impactos ambientais), que hoje respondem por 88,8% da matriz elétrica, segundo dados de 2012 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Apesar de não haver um plano nacional do governo federal para 2050, os pesquisadores consideraram as previsões oficiais para os próximos anos para elaborar um cenário de referência. E compararam com a chamada revolução energética.
Se o modelo brasileiro seguir no ritmo atual, as hidrelétricas responderiam por 54,4%; as termelétricas a gás natural por 23%; as eólicas por 7,6%; e a solar não chegaria a 2%. Ao aproveitar melhor o potencial para as renováveis, a participação das hidrelétricas poderia cair para 39,6%; a das eólicas subir para 21,1%; a da solar para 23%; e a das térmicas cair para 6,5%.
O estudo foi apresentado por Ricardo Baitelo, do Greenpeace Brasil, Sven Teske, do Greenpeace Internacional e pelo professor José Goldemberg, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP.
- Conheça o relatório na íntegra -
EcoDesenvolvimento.org - Tudo Sobre Sustentabilidade em um só Lugar.Veja também:
Leia também:
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!