Capital paranaense pretende explorar melhor seu potencial criativo/Foto: marcusrg
O Sistema Fecomércio e o Sebrae no Paraná lançam na segunda-feira, 7 de maio, o Movimento Curitiba Mais Criativa. Trata-se de uma série de encontros, nos quais profissionais da indústria criativa e de diversas outras áreas vão debater propostas para que a cidade reavalie seus recursos e se torne mais criativa.
As reuniões do Movimento serão coordenadas pelos especialistas em Marketing Eloi Zanetti e Jean Sigel, da Escola de Criatividade, co-realizadora da proposta. O primeiro encontro será realizado no dia 7 de maio, às 19 horas, na Sala de Atos do Paço da Liberdade Sesc-Paraná.
O presidente do Sistema Fecomércio no estado, Darci Piana, destacou que a iniciativa é de grande valia. “Para suportar as mudanças do futuro, são necessárias criatividade e inovação. O Movimento vai reunir várias cabeças que trazem diferentes experiências e conhecimentos. Tudo isso poderá ser combinado para gerar soluções em diversas áreas. O importante é que os participantes poderão apresentar suas ideias de forma descompromissada. Diferente do que ocorreria se o tema fosse abordado só pelo poder público, por exemplo."
A iniciativa foi criada após o trabalho conjunto realizado pelas entidades para a revitalização do Centro Histórico de Curitiba, lembrou Julio Cezar Agostini, diretor de operações do Sebrae no estado. O projeto, destaca o diretor, também é uma ação do Programa Sebrae 2014, que incentiva micro e pequenas empresas a aproveitarem oportunidades, antes, durante e depois da Copa do Mundo, que será realizada no Brasil em 2014.
“O grupo convidado é eclético. São profissionais de moda, cultura, arquitetura, música, entre outros. A mistura dessas várias ideias permite formar um ambiente propício à criatividade. Nos encontros, os profissionais vão conversar, propor e integrar discussões sobre problemas e oportunidades para que Curitiba seja vista como uma cidade criativa”, adiantou Agostini.
Jean Sigel, sócio da Escola de Criatividade, observou que Curitiba precisa recuperar o perfil de cidade de vanguarda e de inovação. Para se ter uma ideia, a capital paranaense foi a primeira cidade do país a sediar um festival de cinema. No entanto, não deu sequência ao pioneirismo. “No conceito de criatividade, a junção de diferentes visões torna possível fazer conexões. Criativos de plantão e de áreas técnicas vão pensar a cidade tendo por base os preceitos da economia criativa”, completou.
Sigel explicou que, na primeira etapa do Movimento, que deve durar até dezembro de 2012, devem ser realizados oito encontros. A partir de junho, as reuniões serão mensais. Nessas ocasiões serão debatidos temas diferentes dentre algumas opções previamente definidas que contemplam esportes, tecnologia, turismo, música, gastronomia, artesanato, literatura. “Cada encontro será conduzido a partir de uma metodologia distinta”, assinalou.
Contexto das cidades criativas
Uma cidade criativa demanda infraestruturas que combinam modelos mentais, o modo como a cidade lida com oportunidades e problemas, as condições ambientais que ela cria para gerar um ambiente e os dispositivos que fomenta para isso, por meio de incentivos e estruturas regulatórias. Uma cidade criativa deve unir as várias ferramentas e criar uma política para o desenvolvimento, utilizando os setores culturais e criativos.
São Paulo é uma cidade que tem se aproveitado desse conceito e o resultado é o surgimento de espaços como Vila Madalena, a Nova Augusta, o Mercadão, os vários museus e centros culturais, e eventos como a Virada Cultural, as Bienais, a Mostra Internacional de Cinema, São Paulo Fashion Week, a Parada Gay e outros. Londres (ING), Barcelona (ESP), São Francisco (EUA), Medellin (COL) e Turim (ITA) também são exemplos de cidades tidas como criativas.
Em janeiro deste ano, o EcoD publicou uma entrevista com Ana Carla Fonseca, especialista internacional em Economia Criativa e doutora em Urbanismo. Na ocasião, ela abordou detalhes importantes que estão no livro Cidades Criativas - Perspectivas, organizado por ela e cujo conteúdo reúne as visões de 18 estudiosos (de 13 países diferentes) sobre o tema. Disponível em português na internet, a obra foi editada pela Garimpo de Soluções.
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