Tijolo feito a partir da cana-de-açúcar tem a mesma resistência do convencional
Fotos: Marcos Santos/USP imagens
Por Agência USP
Soluções simples e viáveis para os problemas do cotidiano é um dos principais objetivos da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace 2013) que reúne, até esta quinta-feira, 14 de março, na Escola Politécnica da USP, protótipos criados por alunos do ensino médio e fundamental de todo o Brasil. Entre as grandes inovações desse ano podemos citar um copo biodegradável comestível, um tijolo sustentável, um protótipo que auxilia o movimento de pacientes que sofrem de mal de Parkinson e até mesmo um tênis capaz de gerar energia a partir do movimento.
A feira, que está em sua décima-primeira edição, é realizada anualmente nas dependências da Escola Politécnica (Poli) da USP com o intuito de estimular nos jovens o gosto pela ciência, criatividade e inovação. Os 330 projetos expostos são de alunos de todo o País. Eles competem em sete áreas de interesse (Exatas e da Terra, Biológicas, Agrárias, Saúde, Sociais, Humanas e Engenharia) e concorrem a vários prêmios, entre eles a participação na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel (Intel ISEF), que acontece em maio, no Arizona (EUA).
Projetos
- Os jovens pernambucanos Willians Francisco da Rocha e Anna Rebeca Fonseca Seabra, desenvolveram uma solução para o cenário degradante de excesso de lixo que os vendedores ambulantes de cana-de-açúcar deixavam no chão. A equipe conseguiu fazer um tijolo utilizando o bagaço da cana que era descartado. Testes realizados mostraram que o tijolo sustentável possui a mesma resistência a compressão, umidade e calor que o tijolo convencional, mas com o benefício de ser mais barato.
- Outra equipe que foi capaz de transformar um problema em uma saída ecológica foi a dos gaúchos Tainá de Vargas, Érico de Oliveira e Lisiane Oestraich. Observando o grande desperdício de copos descartáveis em sua escola os jovens criaram um copo biodegradável comestível. “O projeto é uma saída viável para a problemática do descarte de copos descartáveis e a gente pretende dar continuidade para que possa resultar em uma possível comercialização”, revela a estudante Tainá de Vargas.
Gaúchos criaram copo comestível. Encara?
- Um grupo de amigos do Rio Grande do Sul resolveu criar um método viável de fabricação de energia. “A ideia era achar uma forma barata que pudesse gerar eletricidade”, conta Leomar Radke. O projeto dos meninos consiste, basicamente, em utilizar tênis para comprimir cristais e com isso gerar um diferencial de potencial elétrico, ou seja, energia. O protótipo tem um custo barato, já que pode ser implantado em qualquer par de tênis. O custo real dos cristais não ultrapassa o valor de R$ 3,00.
- Os mineiros Guilherme Ribeiro, Eduardo Padinha e Alisson Augusto desenvolveram um protótipo que busca auxiliar na locomoção de pacientes que sofrem com o Mal de Parkinson. A ideia surgiu de uma pesquisa feita com uma fisioterapeuta, quando se pôde notar que os pacientes de idade avançada e com Parkinson apresentavam sérias dificuldades para andar. O mecanismo indica onde o paciente deve pisar com lasers e tem um custo médio de R$ 60,00.
- O baiano Arismário Araújo Júnior sempre gostou muito de tocar guitarra, e movido por seu interesse resolveu dar aulas para crianças. Contudo, um problema era frequente nas aulas: a dificuldade de coordenação motora. Decidido a ensinar música para às crianças a qualquer preço, o baiano desenvolveu uma guitarra com materiais recicláveis e com conexão USB que simula os movimentos dos acordes e da rítmica com o auxílio de um jogo na Internet. O protótipo que fez sucesso entre as crianças e ajudou a popularizar o instrumento pode ser utilizado tanto em computadores quando em videogames.
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