A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) alertou para o desperdício ou perda de cerca de 1/3 dos alimentos produzidos todos os anos no mundo para consumo humano, um valor que corresponde a 1,3 mil milhões de toneladas de comida. O relatório “Global food losses and food waste”, realizado a pedido do Instituto Sueco para a Alimentação e Biotecnologia (SIK), foi apresentado no congresso “Save Food!” em maio de 2011.
O estudo da FAO, baseado nas perdas mundiais de alimentos, revela fatos e números significativos. De acordo com o documento, tanto os países industrializados como os em desenvolvimento desperdiçam quase as mesmas quantidades de alimentos, entre 670 e 630 milhões de toneladas respectivamente.
Todos os anos os consumidores dos países mais ricos jogam fora quase a mesma quantidade de comida produzida na África Subsaariana: 222 milhões de toneladas desperdiçadas para 230 milhões de toneladas produzidas.
O documento indica que as frutas e hortaliças, bem como as raízes e tubérculos, têm a taxa de desperdício mais elevada; assinalando que o volume total de alimentos perdidos ou desperdiçados por ano ultrapassa a produção mundial de cereais, que registrou um total de 2,3 mil milhões de toneladas no período de 2009-2010.
Perda x desperdício
O estudo diferencia perdas de alimentos e desperdícios, este último um fenômeno muito habitual nos países industrializados. Nos países ricos verifica-se que os consumidores jogam no lixo alimentos comestíveis. O desperdício per capita na Europa e na América do Norte é de 95-115 quilos (Kg) por ano, contra 6-11 Kg na África Subsaariana, na Ásia meridional e no Sudeste Asiático.
Já as perdas que acontecem durante a colheita, pós-colheitas e processamento são maiores nos países em desenvolvimento devido às infraestruturas deficientes, à utilização de tecnologias ultrapassadas e ao investimento insuficiente em sistema de produção de alimentos.
De acordo com a exposição da FAO, a produção alimentar por habitante para consumo humano é de cerca de 900 quilos por ano nos países ricos, quase o dobro dos 460 Kg nas regiões consideradas mais pobres. Nos países emergentes, 40% das perdas ocorrem nas fases posteriores às colheitas e ao processamento, enquanto nos industrializados mais de 40% das mesmas acontecem nas vendas e com o próprio consumidor.
O relatório salienta que “reduzir as perdas pode ter um impacto imediato e significativo nos meios de subsistência e na segurança alimentar”, acrescentando que grandes quantidades de alimentos são desperdiçadas devido às normas de qualidade que dão excessiva importância à sua aparência, aconselhando, por fim, a educação nas escolas e o apoio a iniciativas para mudar a atitude dos consumidores em geral.
- Acesse o documento na íntegra na Biblioteca EcoD -
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