Em 83 cidades, feira de troca de brinquedos marca a comemoração do Dia da Criança. A ideia é incentivar o consumo consciente infantil.
Fotos: Valter Campanato/ABr
Por Heloisa Cristaldo, da Agência Brasil
Em 83 cidades, brincadeiras, interação e troca de brinquedos foram as formas de se comemorar o Dia da Criança, lembrado no sábado, 12 de outubro. A iniciativa promovida pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Instituto Alana, pretende estimular a reflexão sobre o consumo consciente do público infantil.
Ao participar pela primeira vez da experiência de trocar brinquedos, Isabelle Pimenta, de 10 anos, se encantou com as bonecas que conquistou. “Para mim, mesmo usados, esses brinquedos são novos. Estou feliz com meu presente”, descreve. Em Brasília, mais de 200 famílias participaram da ação.
Para o pai de Isabelle, Moroni Pimenta, a iniciativa permite que as crianças compartilhem brinquedos e pratiquem o desapego de objetos que não usam mais. “O brinquedo que não é mais usado pela minha filha, pode servir para alegrar outra criança. Essa é uma forma de praticar o desapego de brinquedos que ficam esquecidos e encostados dentro de casa”, conta.
"Não há problema em consumir, queremos apenas que a pessoa reflita antes de comprar", afirmou a organizadora do evento, Mariana Silva
A infância de Pietra e Marc, filhos de Flávia Krecke, terá menos consumo, garante a mãe. Ela já participou de outras feiras de trocas de brinquedos com as crianças e acredita que a ideia pode incentivar os filhos a ter uma relação diferente diante do consumo e estímulo exagerados da publicidade infantil.
Coisas novas o tempo todo
“A ideia da troca é mostrar que aquele brinquedo é novo para a criança, já que ela nunca brincou com ele. Assim ela vai se interessar como se fosse realmente novo. Costumo estimular a troca dentro de casa mesmo, em família, com os primos e amigos. Não quero criar esse conceito de consumismo dentro da minha casa. As crianças não precisam de coisas novas o tempo todo”, ressalta Flávia.
“Não há problema em consumir, queremos apenas que a pessoa reflita antes de comprar. Hoje em dia, as crianças já não usam mais o brinquedo, mas não conseguem se desfazer dele, vão apenas acumulando. O brinquedo que já não tem tanta graça para uma criança, pode ser a diversão para outra”, explica .
Durante o evento foi distribuída a cartilha Consumismo Infantil: na Contramão da Sustentabilidade, que também é fruto de parceria do ministério com o Instituto Alana. O material descreve que o processo de educar para o consumo deve ser iniciado ainda na infância e como a alta exposição das crianças ao consumo pode trazer prejuízos, como o consumismo exagerado, aumento da geração de resíduos, a obesidade infantil e a erotização precoce.
- Faça o download da cartilha Consumismo Infantil: na contramão da Sustentabilidade -
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