Florestas têm papel importante no combate à pobreza

Manejo de florestas rende mais de 600 bilhões de dolares
Foto: Banco Mundial

O Banco Mundial destacou, em suas reuniões de primavera com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o poder das florestas para combater a pobreza.

Em Washington, onde as reuniões serão realizadas até domingo, 17 de abril, especialistas ressaltaram na quinta-feira (14) que as florestas dão sustento a 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo.

Os participantes do painel defenderam práticas como a criação de áreas protegidas e de uso sustentável dos recursos naturais. O manejo de florestas rende em todo o mundo mais de US$ 600 bilhões de dólares e emprega pelo menos 13,2 milhões de pessoas.

Um dos participantes foi o brasileiro Roberto Waack, fundador da empresa Amata, que falou do papel do setor privado na conservação florestal. "Não tem como imaginar conservação desassociada da questão da produção num país com a extensão territorial do Brasil. Esses dois polos se encontraram e perceberam que temos muito mais que um campo de batalha, um campo de exploração de oportunidades."

No bate-papo online promovido pelo Banco Mundial durante o evento, os seguidores puderam conhecer uma iniciativa com resultados concretos. O Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) criou 24 milhões de hectares de áreas protegidas desde 2002. Também designou 30 milhões de hectares para uso sustentável, o que beneficia cerca de 20 mil famílias extrativistas.

Objetivo Global
Responsável pelo Programa Arpa, a especialista em biodiversidade Adriana Moreira, do Banco Mundial, explica por que o investimento em florestas tem de ser cada vez mais um objetivo global. "A gente tem informações e dados que as populações mais isoladas e com números de pobreza bem relevantes estão associadas às últimas grandes áreas florestais do planeta."

Hoje, o programa Arpa abrange 114 áreas protegidas na Amazônia brasileira, com um total de 58,7 milhões de hectares sob proteção. A área equivale aos territórios da França e de Portugal somados.

(Por Mariana Ceratti, do Banco Mundial em Brasília, para a Rádio ONU)