Por Suzana Padua*
Precisamos de boas notícias e essa é uma delas. Cada vez mais vemos empresas assumindo responsabilidades socioambientais de maneira criativa e com vistas a darem contribuições amplas à sociedade e ao planeta em geral. O que antes eram temas ou preocupações de uma minoria, em geral composta por organizações de fins ideais, sem o almejo de lucros, agora se estendem a outras esferas, principalmente do setor privado.
E por que isso é importante? O impacto de muitas empresas privadas é enorme e atinge muita gente. Se pensarmos na cadeia de produção de uma grande empresa, por exemplo, veremos que elas lidam com imensas variações de públicos, dos fornecedores e trabalhadores aos consumidores. Com isso, ao serem social e ambientalmente corretas, influenciam uma enorme gama de pessoas, que podem passar a perceber a importância de mudar posturas, comportamentos e valores.
Ao invés de se pensar somente no lucro, esta tendência passa a levar em conta questões éticas como o valor da vida humana, adotando maior respeito pelos trabalhadores, clientes, fornecedores e prestadores de serviços relacionados às produções, como também aos recursos naturais e à vida encontrada na natureza.
São muitas as fórmulas de cooperação, mas as parcerias entre organizações não governamentais (ONGs) e empresas vêm ajudando ambas a atingirem resultados significativos.
As ONGs são conhecidas por terem objetivos bem delineados, já que são movidas por ideais específicos, ou seja, foram criadas para resolver questões ligadas à saúde, à educação, ao meio ambiente, entre outras causas socioambientais.
As empresas se empenham na eficácia de sua gestão, resolvendo questões burocráticas com agilidade e eficiência. Ora, a junção desses perfis quando bem articulada é poderoso na mudança de realidades indesejadas, principalmente se houver respeito e formas transparentes e desburocratizadas de se traçar objetivos comuns. O melhor dos mundos pode ser atingido num espaço de tempo mais curto do que se essas esferas continuassem a atuar separadamente.
Muitos desses aspectos serão discutidos durante o I Fórum Baiano de Negócios Socioambientais [de 9 a 12 de dezembro, em Salvador], com entrada gratuita. A inovação do tema promete um futuro mais maduro e consciente e por isso precisa ser amplamente divulgado para públicos e setores diversos.
Trata-se de um novo paradigma que merece atenção. Que muitos compreendam e adotem essas novas ideias, oxalá se alastrando cada vez mais. Só assim poderemos ter perspectivas mais sustentáveis, que nos tragam orgulho de termos aderido a causas que valem a pena, que dão sentido e propósito à vida.
* Suzana Padua é doutora em educação ambiental, presidente do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas e colunista do site O Eco.
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