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Impacto humano na perda de água doce é superior em 20% ao estimado

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04/12/2015 às 9:20 • Atualizada em 01/09/2022 às 5:27 - há XX semanas
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Barragem de São José do Jacuípe (BA)
Foto: Paulo Marcos/ Flickr/ (cc)

O impacto humano na perda de água doce, com atividades como rega ou construção de barragens, excede em 20% o calculado, mostra estudo divulgado nesta sexta-feira, 4 de dezembro, pela revista Science.

O trabalho concluiu que o aumento na perda de água doce para a atmosfera, por evaporação, é 4.370 quilômetros cúbicos anuais, o que equivale a dois terços do fluxo anual do Rio Amazonas, o mais caudaloso do mundo.

“As pequenas coisas que fazemos na superfície da terra podem ter grandes efeitos globais. Antes, os efeitos das atividades humanas, como as barragens, eram subestimados. O estudo mostra que os efeitos até agora têm sido inclusive superiores aos das alterações climáticas”, afirmou Fernando Jaramillo, do Departamento de Geografia Física da Universidade de Estocolmo.

A tese do estudo é que atividades como a rega e as barragens aumentaram consideravelmente o consumo total de água doce, ao intensificar a evaporação e transpiração, ou seja, a perda de umidade e de água por transpiração da vegetação.

“O aumento dessa perda por causas humanas é como um grande rio de água doce da Terra para a atmosfera. Mudamos muito o sistema da água doce sem saber”, observou Gia Destouni, professora da Universidade de Estocolmo. “Já superamos os limites do consumo de água doce do planeta. Isso é sério”, acrescentou.

De acordo com a Agência Lusa, para fazer o estudo, os cientistas analisaram dados sobre clima, hidrologia e uso da água em uma centena de grandes bacias hidrológicas do mundo entre 1901 e 2008.

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