Centros de reciclagem crescem no Brasil. País vai descartar 495 mil toneladas de eletrônicos até o final de 2012
Um dos principais pontos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada em 2010, o princípio da responsabilidade compartilhada estabelece que fabricantes, revendedores e consumidores destinem e/ou reaproveitem corretamente os resíduos sólidos. A procura para dar um fim ambientalmente correto ao chamado lixo tecnológico tem aumentado com o desenvolvimento da lei, segundo reportagem apurada pela Folha.
O diretor da recicladora de eletrônicos Vertas, situada em Mauá (SP), afirmou que passou a receber um número maior de consultas e de produtos desde que a lei passou a valer - os fabricantes foram obrigados a dividir a responsabilidade dos resíduos que geram com os revendedores e têm até 2014 para se adaptar às novas regras. Dell, HP, Itautec, Nokia, Motorola e Positivo dispõem de programas próprios de coleta de produtos no país.
Para Maria Tereza Carvalho, diretora do Cedir (Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática), da USP, há uma "demanda reprimida" pela reciclagem. "Muita gente me procura para montar seu próprio centro."
Herbert Mascarenhas, da Abree (Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos), que tem como parceiras AOC, Panasonic, Philips e outros, concorda que houve aumento na procura. "É hoje uma área bastante assediada. Tenho recebido muito mais consultas sobre a gestão do processo."
Coletadores do e-lixo
Estudo feito a pedido do governo federal mostra que, se as 150 maiores cidades do país receberem a estrutura necessária, como pontos de coleta, dois terços do e-lixo brasileiro terão sua reutilização viabilizada.
Mas isso não significa que é o Estado quem vai agir nesse sentido. "A responsabilidade é compartilhada por fabricantes, importadores e comerciantes", observou Zilda Veloso, gerente de resíduos perigosos do Ministério do Meio Ambiente. "Se prefeituras instalarem pontos de coleta, por exemplo, poderão cobrar desses responsáveis."
Oficina para inclusão digital em Porto Alegre
Foto: Fora do Eixo
Projetos sociais
Instituições em todo o Brasil recebem os resíduos tecnológicos dos aparelhos eletrônicos e os encaminham para projetos sociais de inclusão digital e escolas. O Cedir, por exemplo, envia 200 computadores por ano. O centro, após período de reformas, voltou a aceitar doações na segunda-feira, 10 de dezembro.
A Abre (Associação Brasileira de Redistribuição de Excedentes) recebe qualquer tipo de eletrônico e envia os aparelhos que ainda funcionam a uma das 85 instituições sem fins lucrativos de seu cadastro. A associação também aceita equipamentos pifados - que são reciclados.
O C3RCO, parceria entre a Prefeitura de Osasco e a ONG Sampa.org, iniciado no segundo semestre de 2012 em Osasco (SP), aproveita computadores doados e oferece formação técnica em informática a 60 jovens com idade de 16 a 21 anos e baixa renda familiar.
Além de oficinas culturais, que envolvem atividades de estudo de música, os alunos do projeto recebem uma bolsa de R$ 286 para fazer 16 horas semanais de aulas de software e de montagem e manutenção de PCs.
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