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Itaipu inicia testes com primeiro avião elétrico tripulado da América Latina

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28/08/2014 às 11:00 • Atualizada em 01/09/2022 às 18:12 - há XX semanas
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O modelo com propulsão elétrica é denominado Sora-e
Fotos: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional

Técnicos e engenheiros do Programa Veículo Elétrico (VE), da Itaipu Binacional, e da empresa ACS Aviation, de São José dos Campos (SP), começaram nesta semana, em Foz do Iguaçu (PR), a fase de pré-comissionamento do primeiro avião elétrico tripulado da América Latina.

O protótipo, que tem como base o modelo esportivo acrobático ACS-100 Sora, para duas pessoas, chegou sexta-feira, 22 de agosto, ao Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Movidos a Eletricidade (CPDM-VE) da binacional. O modelo com propulsão elétrica é denominado Sora-e.

O presidente da ACS, engenheiro Alexandre Zaramella, e o diretor de desenvolvimento, engenheiro Conrado Almeida, estão na cidade nesta semana acompanhando o início dos trabalhos.

"Esse estágio é importante para o projeto porque é o momento em que fazemos os principais ensaios de solo. Depois, será feita a certificação do modelo com os órgãos competentes e, finalmente, o voo inaugural", afirmou o coordenador brasileiro do Programa VE, Celso Novais.

O modelo vai carregar um motor elétrico duplo, fabricado na Eslovênia, com potência máxima de 140 kW, e um conjunto com seis packs de baterias, contendo 16 células cada um.

Segundo ele, a expectativa é realizar o primeiro voo com Sora-e entre outubro e novembro deste ano, em local ainda a ser definido - Foz do Iguaçu ou São José dos Campos.

Dificuldades logísticas

Novais acrescentou que o cronograma inicial divulgado pelo Programa VE, em 2013, para o início dos testes com o avião elétrico, teve de ser alterado devido as dificuldades logísticas. Para ser transportado até Foz do Iguaçu, o modelo precisou ser dividido no ponto entre o cone da cauda e a fuselagem.

"Foi um trabalho complexo, que requereu uma reengenharia do projeto, para que não perdêssemos as características estruturais da aeronave", afirmou.

Sobre a aeronave

Com 8 metros de envergadura (de uma ponta a outra da asa) e 650 quilos de peso total, o Sora-e terá autonomia de uma hora de voo e velocidade máxima de 340 km/h.

O modelo vai carregar um motor elétrico duplo, fabricado na Eslovênia, com potência máxima de 140 kW, e um conjunto com seis packs de baterias, contendo 16 células cada um. A estrutura é feita com fibra de carbono e o painel terá tela com tecnologia touch screen.

Zaramella explicou que o modelo chegou a Foz do Iguaçu com praticamente 90% do trabalho concluído. "Toda a parte estrutural está pronta e o motor, instalado. Faltam as baterias e a hélice. Esta última virá dos Estados Unidos, fabricada especialmente para o modelo."

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Motor do avião elétrico

O executivo salientou que a transformação do modelo a combustão em elétrico demandou uma série de estudos e adaptações, incluindo modificações na asa para melhorar a aerodinâmica.

"A dificuldade neste projeto é que estamos desenvolvendo algo totalmente novo na área da aeronáutica. No futuro, todo esse trabalho, o histórico, as anotações técnicas, servirão como base para a certificação de outros veículos aéreos elétricos", comentou.

Parceria com Itaipu

Zaramella explicou que o ACS-100 Sora começou a ser desenvolvido pela empresa em 2006 e voou pela primeira vez dois anos depois, sempre com motor a combustão.

De acordo com o executivo, a parceria com Itaipu para desenvolver o Sora-e pretende posicionar a empresa no atual cenário internacional, especialmente da Europa e dos Estados Unidos.

Futuro projetado

"A nossa visão é que no futuro, os meios de transporte, inclusive aéreos, vão migrar para a motorização elétrica. Por isso, todas as grandes empresas [do setor], tais como Airbus, Boeing e Embraer já estão desenvolvendo ou pesquisando aviões elétricos", comentou.

Já para o Programa VE, o interesse com a parceria é o domínio da tecnologia de materiais compostos, usados no setor aeronáutico - e que são fundamentais para a redução do peso dos protótipos. "A redução do peso levará a uma melhora significativa na autonomia dos veículos elétricos", comentou Novais.

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