Imprensa tem papel fundamental na conscientização sobre as mudanças climáticas e seus desdobramentos
Foto: Ernst Moeksis/Flickr CC
Vinte e cinco organizações de mídia de diversos países, como Reino Unido, Espanha, Índia e China, irão se unir para compartilhar conteúdo sobre as alterações climáticas globais. Pelo acordo firmado entre elas, reportagens produzidas por uma poderão ser traduzidas e reproduzidas pelas outras, sem a aplicação de taxas sobre direitos autorais. A intenção da rede de jornais é aumentar a consciência mundial sobre o tema.
A iniciativa, batizada de Climate Publishers Network, é um esforço para pressionar diplomatas a elaborar um novo acordo global mais rigoroso durante a cúpula mundial da ONU sobre as mudanças climáticas, a ser realizada em dezembro de 2015, em Paris.
Acordos de compartilhamento de conteúdo entre editores não são exatamente raros, no entanto este se revela notável por duas razões: a liberdade de partilha de reportagens, que vai isentar os veículos de uma série de burocracias, e a pressão do jornal britânico The Guardian para que grandes investidores parem de aplicar capital em empresas de combustíveis fósseis.
A iniciativa, aliás, é uma continuidade dos esforços do Guardian no que diz respeito à sustentabilidade do planeta. No início de 2015, o jornal lançou a campanha Keep In The Ground, uma parceria com a organização 350.org, também voltada à extinção dos investimentos de empresas do setor petroleiro.
Além das fronteiras
Em comunicado coletivo, Alan Rusbridger, editor-chefe do Guardian, Antonio Cano, editor do espanhol El Pais, e Ricardo Kirschbaum, presidente da Global Editors Network, disseram esperar sinceramente que as publicações ultrapassem o espectro político e participem ativamente da iniciativa, tanto utilizando o material fornecido quanto cedendo reportagens.
Wolfgang Blau, diretor de estratégia digital do Guardian, acredita que as mudanças climáticas são um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade atualmente e que, justamente por isso, o assunto exige novas formas de colaboração, ultrapassando fronteiras geográficas e políticas.
Os jornais fundadores do projeto são:
The Age, da Austrália; Al Ahram, do Egito; o chinês China Daily; o argentino Clarín; Der Standard, da Áustria; De Standaard, da Bélgica; o peruano El Comercio; El Deber, da Bolívia; El País, da Espanha; o argelino El Watan; o alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung; a Gazeta Wyborcza, da Polônia; o britânico The Guardian; o indiano India Today; The Irish Times, da Irlanda; La Presse, do Canadá; La Repubblica, da Itália; o francês Le Monde; Le Quotidien de Nouakchott, da Mauritânia; Politiken, da Dinamarca; The Seattle Times, dos EUA; The Straits Times, de Cingapura; Stuff, da Nova Zelândia; o australiano The Sydney Morning Herald; e To Vima, da Grécia.
(Via Observatório da Imprensa)
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