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Jornalista lança livro infantil com foco em educação ambiental

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Redação iBahia

19/05/2016 às 17:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 8:07 - há XX semanas
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Aquele dia amanheceu como todos os outros na vida da pequena Ana Luiza, mas foi só ela despertar para perceber que algo muito diferente estava acontecendo! Tudo parecia ter vida. Coisas, materiais e elementos da natureza começaram a se manifestar e demonstravam tristeza diante do desperdício ou alegria quando eram bem utilizados. Foi aí que a Aninha descobriu como é importante cuidar do nosso planeta Terra. E para isso basta agir conscientemente em todos os nossos atos de consumo.

O trecho acima é da sinopse do livro "Um dia no dia de Ana Luiza - uma aventura ambiental", que o jornalista Reinaldo Canto e a Chiado Editora lançarão no dia 14 de junho, na Casa das Rosas, em São Paulo.

Reinaldo Canto fala sobre o livro em entrevista concedida a estudante de jornalismo Marie Serafim. Confira!

Como que surgiu essa ideia? Era um projeto antigo que só agora pôde ser realizado?

Como já trabalho há bastante tempo com os temas ligados à sustentabilidade, meio ambiente e cidadania sempre tive vontade de ampliar as possibilidades dessa comunicação. Então, escrever um livro que abordasse essas questões era sim um sonho antigo. Graças à parceria com a Editora Chiado, finalmente consegui transformar esse desejo em realidade.

Por que fazer um livro sobre meio ambiente voltado para o público infantil ao invés do público adulto?

Eu acredito que as novas gerações estão mais propensas a entender e se sensibilizar com os impactos ambientais causados em nosso cotidiano. Nós adultos já estamos há muito mais tempo sendo bombardeados pela falsa ideia do consumo sem limites e dos recursos que nos pareciam infinitos. Já as crianças têm dado exemplos de que quando recebem informações sobre o tema acabam até mesmo influenciando seus pais, familiares e amigos para a importância de evitar o desperdício e fazer bom uso dos recursos disponíveis.

Qual a mensagem que você quer transmitir com este livro?

Eu acho que a principal mensagem é de que não perdemos nada em sermos mais conscientes. A menina do livro passa um dia totalmente normal e feliz sem que isso prejudique o seu cotidiano. Isso também pode ser feito por nós adultos. Aliás, o desperdício e os excessos é que trazem infelicidade e não a ponderação, o bom senso e o consumo consciente.

Como foi o processo de produção dele? Teve dificuldades?

É sempre muito difícil iniciar um projeto em que você possui pouco conhecimento. Há toda uma ciência por trás do lançamento de um livro e ainda estou aprendendo bastante. Nessa tarefa a Editora Chiado tem ajudado muito com a paciência necessária para orientar um novato como eu.

Por que do título? Teve alguma inspiração?

Aí foi uma conjunção de fatores. O nome da menina é o da minha filha e a ideia do “dia no dia” faz relação com a inserção da consciência num dia qualquer de uma garotinha.

Há um possível lançamento internacional?

Sim!! E espero que em breve (risos). Como a Chiado é uma editora portuguesa espero que numa segunda edição o livro já seja traduzido para o espanhol e distribuído em outros países europeus. Aliás, de certa maneira, essa carreira internacional já começou, o livro foi impresso em Portugal e exemplares do livro estão disponíveis por lá.

O que as crianças podem aprender com este livro e aplicar na vida delas?

Basicamente que elas só precisam cuidar de usar bem o que está à sua volta. É importante essa pergunta, pois também tive o cuidado de não jogar responsabilidades exageradas nas costas das crianças. Mesmo que num determinado momento a personagem converse com uma vizinha e com os pais para que evitem os excessos, as crianças não devem ser responsáveis pelas necessárias transformações em nossos hábitos de consumo. Nós adultos é que precisamos assumir esse papel para que as futuras gerações recebam um planeta melhor para se viver.

Por que é importante ensinar as crianças a cuidarem do meio ambiente?

Porque dele dependemos para viver e ter uma boa qualidade de vida. Essa realidade, já deveríamos estar aplicando há muito mais tempo, mas pelos apelos de consumo e bombardeios incessantes da publicidade, infelizmente deixamos o bom senso de lado. A consciência das novas gerações trabalhadas desde a mais tenra idade poderá contribuir para que tenhamos uma geração de cidadãos mais responsáveis.

Quais são os benefícios que isso traz/ traria para a sociedade? Quais legados poderemos esperar?

Principalmente acreditar que teremos uma sociedade que valorize mais o ser do que o ter. Algo bem diferente do que temos hoje. Nesse caso, os ganhos serão na redução dos impactos ambientais, mas também uma sociedade humana e solidária, capaz de compartilhar e dividir mais do que competir e acumular riquezas para si mesmo.

Em sua opinião, qual a melhor forma ou linguagem para ensinar as crianças sobre os cuidados com o meio ambiente?

No meu caso e pela minha experiência, acredito que o bom humor é um caminho a ser trilhado nessa comunicação com as crianças. Dessa maneira podemos tentar passar boas informações de maneira leve e divertida, sem assustar ou preocupar em demasia esses pequenos seres ainda em formação. Pelo menos essa foi a minha ideia com esse livro. Mas com certeza devem existir outras ótimas propostas de comunicação eficientes e que tenham a capacidade de obter bons resultados para a conscientização das crianças sobre os cuidados que devemos ter com o meio ambiente e o bom uso dos recursos naturais.

Como as escolas poderiam agregar o assunto “meio ambiente e sustentabilidade” em sua grade curricular?

Acredito que esses temas ao lado da cidadania deveriam estar presentes em todas as matérias curriculares, pois são temas cruciais para o futuro da humanidade. Seja no estudo da matemática, ciências ou geografia, por exemplo, seria possível também se falar de sustentabilidade. Por que não?

O autor Reinaldo Canto é jornalista há 36 anos formado pela Cásper Líbero; pós-graduado em Inteligência Empresarial e Gestão do Conhecimento. Nos últimos 14 anos têm atuado na área da sustentabilidade, cidadania e meio ambiente; foi diretor de comunicação do Greenpeace Brasil; coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e assessor de imprensa do Instituto Ethos; foi também correspondente em conferências internacionais como a COP15 em Copenhague/2009, Conferência Rio+20/2012, na cidade do Rio de Janeiro e COP21, em Paris/2015.
Atualmente é colunista da Carta Capital; parceiro em projetos e conteúdos da Envolverde; consultor e assessor de imprensa da ONG Iniciativa Verde; comentarista da Rede Vida; consultor do Sebrae para a área de sustentabilidade; palestrante e consultor da área ambiental; roteirista e escritor de temas ambientais. É roteirista do curta de animação, “A Rebelião das Águas“. É pai da Ana Luiza, que tem oito anos de idade.

(Com informações da Envolverde)

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