Descoberto próximo a um vulcão, barata emite luminosidade como defesa natural
Foto: Peter Vr?anský/"Naturwissenschaften"/Divulgação
Graças a um estudo sobre bioluminescência, cientistas descobriram no Equador uma espécie rara de barata com capacidade de brilhar no escuro. A descoberta foi importante porque a bioluminescência é uma característica comum de comunicação e de defesa em organismos marinhos, sendo restrito no bioma terrestre.
De acordo com o cientista Peter Vr?anský, da Academia de Ciências da Eslováquia, um dos responsáveis pela pesquisa, ela segue o mesmo padrão de um inseto encontrado no Brasil, o besouro-clicador (também chamado de barata-de-estalo ou elaterídeo).
Intitulado de Lucihormetica luckae, o inseto foi descoberto próximo a um vulcão, segundo a publicação na revista científica "Naturwissenschaften" (Ciências Naturais, na tradução do alemão).
Os pesquisadores afirmaram que a geração de luz está ligada a presença de bactérias específicas em três áreas da cabeça. Segundo eles, esta é a primeira espécie em que a bioluminescência é usada com finalidade de defesa, já que o inseto não tem veneno.
Os animais que produzem luz
Criaturas como medusas, moluscos, peixes, tubarões bactérias, fungos possuem a capacidade de produzir e emitir luz. A bioluminescência, como é chamado, é a capacidade que certos seres vivos de emitir luz sem necessidade de fontes externas de energia. Sua característica é a energia não se dissipar em forma de calor. Por isso, a luz emitida é fria.
Os seres luminescentes não se restringem a um grupo determinado de espécies animais ou vegetais, mas se distribuem em um terço dos diversos grupos sistemáticos dos animais identificados, embora não se conheça nenhum caso entre anfíbios, répteis, mamíferos e aves, nem tampouco entre as plantas.
Grande número de seres luminescentes são marinhos, embora na água doce só se conheça uma única espécie bioluminescente, a Lapa (Latia neritoides), natural da Nova Zelândia. Há casos que não podem ser considerados como de luminescência no sentido estrito. Um exemplo é o camarão Hotaru Ebi das águas do lago Suva, no Japão, que não é luminescente por si mesmo, mas devido a uma bactéria que o infecta e provoca sua morte em 24 horas. Em terra firme, quase todos os seres que emitem luz são de vida noturna.
Principais utilizações da bioluminescência na terra e no mar:
Grande número de seres luminescentes são marinhos
Foto: BBC Brasil
Comunicação: os vaga-lumes piscam um para o outro seguindo um padrão específico da espécie para, geralmente, encontrar um parceiro;
Localização de alimento: nas profundezas crepusculares do oceano, algumas espécies de peixes usam sua luz como uma espécie de lanterna para localizarem a presa;
Atração da presa: algumas espécies, como o peixe-sapo, utilizam uma isca luminescente para atrair outro peixe;
Camuflagem: nas partes mais escuras do oceano, é difícil conseguir ver qualquer coisa abaixo, mas é fácil enxergar o contorno do que está acima. Por esse motivo, algumas espécies produzem pontos luminosos nas suas partes de baixo, que deixa seu contorno turvo e permite que elas se misturem com a luz que vem da superfície. Isso também é conhecido como iluminação contrária;
Disfarce: o tubarão charuto possui uma parte de baixo apagada, que se assemelha a um peixe menor quando vista de baixo. Quando um grande predador se aproxima, o tubarão pode tirar um grande pedaço e, então, fugir. Isso permite que o tubarão charuto mate animais muito maiores e mais fortes do que ele;
Auto-defesa: quando ameaçados, alguns animais liberam um jato de líquido bioluminescente, semelhante à forma como a lula se defende com uma névoa de tinta. Outros utilizam uma luz brilhante para cegarem os predadores.
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