Cerca de 2.300 pessoas trabalham todos os dias para terminar de encaixar as peças deste "templo solar" futurista
Foto: OregonDOT
Lembre-se de como funciona uma garrafa térmica. Ela conserva a temperatura do seu café durante horas, não é mesmo? Pois é basicamente assim que vai operar a Solana, usina termossolar da empresa espanhola Abengoa, que já vai nascer em 2013 como a maior do mundo, a cerca de 100 km de Phoenix, nos Estados Unidos.
A temperatura média de 25 graus e o sol escaldante de Phoenix fizeram com que a cidade fosse escolhida para a construção do empreendimento, que iluminará cerca de 72 mil lares do estado do Arizona, segundo informações da EFE.
Cerca de 2.300 pessoas trabalham todos os dias para terminar de encaixar as peças deste "templo solar" futurista, para que no mês de julho a Abengoa conecte à rede sua primeira central nos Estados Unidos.
O projeto Solana é feito para desenvolver, em grande escala, a tecnologia termossolar com coletores cilíndricos parabólicos que foram criados em Sevilha.
"Nosso objetivo era e é o Sudoeste americano, porque as condições solares se adaptam perfeitamente a nossa tecnologia", ressaltou Emiliano García, diretor-geral do projeto Solana.
"Mais de 340 dias de sol por ano, uma radiação solar de muito boa qualidade (sem nuvens e nem vapor de água que a filtrem), a planície dos terrenos e a disponibilidade de água, de uma estrada próxima e de conexões à rede elétrica fazem desta área do deserto de Maricopa o lugar ideal para este "exército" de 32 mil módulos cilindroparabólicos", explicou o executivo.
Como vai funcionar
Estes coletores espelhados, em forma de parábola, se encaixam em mais de 800 linhas retas, de 120x5m, que se movimentarão automaticamente seguindo o sol para captar a maior quantidade de luz possível.
A radiação captada se concentrará no centro da parábola, aquecendo um tubo pelo qual circula um fluido. E, por sua vez, esse fluido transporta o calor até um ponto determinado da fábrica, onde se transforma em vapor, que movimenta uma turbina para produzir eletricidade como em qualquer usina térmica do mundo.
A novidade da Solana é que ela "é projetada para o armazenamento térmico", de modo que pode continuar produzindo eletricidade até seis horas depois do pôr do sol por conta de um sistema muito parecido ao de "uma garrafa térmica que mantém o café quente", comparou García.
Assim, toda energia ou fluido quente restante vai parar em alguns tanques onde são armazenados a 400°, que voltam a se transformar em "combustível solar" quando escurece.
Resultados previstos
Uma vez em andamento, esta engrenagem de tecnologias limpas produzirá uma potência elétrica de 280 megawatts/hora, uma quantidade similar à de uma usina nuclear que, na Europa - onde o consumo energético médio de um lar é quase a metade em comparação com os EUA, poderia abastecer cerca de 140 mil casas.
A Solana vai evitar as emissões de 475 mil toneladas de CO2 por ano, consumirá quase oito vezes menos água que os cultivos de alfafa que existiam anteriormente em seus cinco quilômetros quadrados de superfície, e seus componentes essenciais (vidro e aço) são recicláveis, segundo fontes da Abengoa Solar.
A usina empregará permanentemente 85 pessoas durante pelo menos os 30 anos de contrato de venda de eletricidade embora, com a manutenção adequada, este tipo de tecnologia possa operar por cerca de 50 anos.
EcoDesenvolvimento.org - Tudo Sobre Sustentabilidade em um só Lugar.Veja também:
Leia também:
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!