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Mais de 1 milhão de pessoas saíram da pobreza extrema em 2012, afirma Ipea

A população extremamente pobre (que vive com menos de US$ 1 dólar por dia) caiu de 7,6 milhões de pessoas para 6,5 milhões no Brasil em 2012. A população pobre (que vive com entre US$ 1 e US$ 2 dólares por dia), de 19,1 milhões de pessoas para 15,7 milhões. Os dados constam no estudo Duas Décadas de Desigualdade e Pobreza no Brasil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado na terça-feira, 1º de outubro. Contribuição da renda do trabalho foi o principal fator da mudança social.

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01/10/2013 às 18:00 • Atualizada em 02/09/2022 às 2:34 - há XX semanas
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Protagonista da redução da desigualdade é a renda do trabalho
Foto: Hugo Chinaglia

A população extremamente pobre (que vive com menos de US$ 1 dólar por dia) caiu de 7,6 milhões de pessoas para 6,5 milhões no Brasil em 2012. A população pobre (que vive com entre US$ 1 e US$ 2 dólares por dia), de 19,1 milhões de pessoas para 15,7 milhões. Os dados constam no estudo Duas Décadas de Desigualdade e Pobreza no Brasil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado na terça-feira, 1º de outubro.

Apesar de o desempenho da economia ter sido considerado fraco, a desigualdade de renda registrou queda em 2012. O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 0,9% no ano passado, enquanto a renda per capita das famílias cresceu, em média, 7,9%.

De 2002 a 2012, 54,9% da redução da desigualdade foi devido à contribuição da renda do trabalho

As famílias mais pobres, em especial, conseguiram evolução na renda maior do que a média, 14%, entre os 10% mais pobres da população.

"Três milhões e meio de pessoas saíram da pobreza em 2012 e 1 milhão da extrema pobreza, em um ano em que o PIB cresceu pouco. Para a pobreza, o fundamental é o que acontece na base – cuja renda cresceu a ritmo chinês. O bolo aumentou com mais fermento para os mais pobres, especialmente para os mais pobres dos pobres", destacou o presidente do Ipea, Marcelo Neri.

Os principais indicadores do crescimento dos rendimentos da população são a posse de bens duráveis – como televisão, fogão, telefone, geladeira e máquina de lavar – e o acesso a serviços públicos essenciais – como energia elétrica, coleta de lixo, esgotamento sanitário e acesso à rede de água.

A ampliação da posse de bens e de acesso a serviços se deve, em grande parte, a dois fatores: o aumento da renda do trabalho e o impacto do Bolsa Família. "Nos últimos dez anos, o protagonista da redução da desigualdade é a renda do trabalho, o coadjuvante principal é o Bolsa Família", diz o estudo. De acordo com o Ipea, de 2002 a 2012, 54,9% da redução da desigualdade foi devido à contribuição da renda do trabalho. O Bolsa Família contribuiu 12,2% para essa queda.

"O Bolsa Família é um custo de oportunidade social, tem mais impacto sobre a desigualdade do que a Previdência", informou Neri. A Previdência é o terceiro fator que mais contribui para a redução da desigualdade, 11,4% para os que ganham acima do piso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e 9,4% para os que ganham um salário mínimo (R$ 678). Se somados os dois grupos, a Previdência tem impacto superior ao do Bolsa Família.

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