Merkel alerta contra aquecimento global e cobra demais líderes

"O tempo é fundamental", ressaltou Merkel
Foto: Moritz Hager

O aquecimento global crescerá em velocidade e intensidade a não ser que os líderes, tomadores de decisão, cheguem a um acordo para limitar as emissões de gases de efeito estufa. O alerta foi feito na segunda-feira, 16 de julho, pela chanceler alemã, Angela Merkel, durante reunião internacional em Berlim, que serve de preparação para a 18ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-18), marcada para dezembro, no Catar.

Em meio a COP-17, realizada em Durban (África do Sul), em dezembro de 2011, os países concordaram em chegar a um novo acordo até 2015 que, pela primeira vez, forçará todos os grandes poluidores a limitar suas emissões. Críticos disseram na época do acordo, no entanto, que o plano era muito tímido para conter o aquecimento global.

"O tempo é fundamental", ressaltou Merkel no evento de Berlim, que contou com delegados de cerca de 30 países. Os participantes discutem formas de impedir que as temperaturas globais subam mais de 2 graus Celsius nas próximas décadas, possibilidade tida pelos cientistas como comprometedora à vida na Terra.

A declaração de Merkel vem um dia depois de o ministro alemão do Meio Ambiente questionar a capacidade do país de atingir suas próprias metas climáticas em uma entrevista para o jornal Bild am Sonntag. Isso inclui a introdução de 1 milhão de carros elétricos e a redução do uso de energia em 10% até 2020. Até o início de 2012, somente 4.541 carros elétricos estavam em uso, segundo a Autoridade Federal Alemã de Transporte a Motor.

Em junho deste ano, Merkel foi uma das ausências mais sentidas na Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), realizada no Rio de Janeiro. Ela havia participado, uma semana antes, da reunião de cúpula do G-20, promovida no México.

Especulou-se, à época, que a falta de Markel pudesse estar relacionada à previsão de que a conferência não iria apresentar resultados muito fortes. Também foi cogitado que a chanceler alemã, assim como outros líderes europeus, tenha ficado surpresa com a falta de apoio do Brasil para a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em uma agência ambiental com mais força e autonomia.

No dia 22 de junho, data que marcou o encerramento da Rio+20, Merkel comemorava a classificação da Alemanha às semifinais da Eurocopa, na tribuna de um estádio em Gdansk, na Polônia.

Com informações da Reuters.