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Mineirão torna-se oficialmente o primeiro estádio do Brasil a conquistar o Leed Platinum

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08/08/2014 às 10:01 • Atualizada em 01/09/2022 às 7:09 - há XX semanas
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Mineirão foi uma das 12 sedes da Copa do Mundo realizada entre junho e julho
Foto: Secopa/Divulgação

O Mineirão recebeu na quinta-feira, 7 de agosto, a placa oficial do selo Platinum da certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed). A oficialização da conquista foi realizada pelo vice-presidente do U. S. Green Building Council (USGBC), Scott Horst, ao presidente da Minas Arena, Sérgio Guimarães, no evento Green Building Brasil realizado no Transamérica Expo Center, em São Paulo, durante esta semana.

Durante a entrega do prêmio, Horst destacou a importância social de conquistar o selo. “Este é o primeiro certificado Platinum de novas construções. Não foi fácil fazer, eles não precisavam fazer, mas fizeram! Gostaria de agradecer ao Mineirão em nome das futuras gerações".

Já o presidente da Minas Arena ressalta que o Leed é resultado de muito trabalho. “É com orgulho que recebemos essa certificação. Gostaria de parabenizar não só os arquitetos, mas os acionistas que acreditaram no projeto, o governo do Estado e o BNDES. Parabéns, principalmente, à população brasileira por acreditar na sustentabilidade”. Ele destaca, ainda, que um dos principais desafios de participar do processo de avaliação foi o fato de não haver uma categoria específica para as arenas de futebol.

Para conquistar a certificação, a Minas Arena cumpriu itens considerados pré-requisitos e ainda apresentou inovações sustentáveis que não eram exigidas pela USGBC, que renderam 81 pontos e equivalem ao Selo Platinum.

No Brasil, o Gigante da Pampulha foi o único estádio a conseguir o selo Platinum, o melhor nível de certificação. "Uma das nossas maiores preocupações sempre foi o compromisso com o meio ambiente, então fazemos tudo voltado para a eficiência energética e não poluidora. Essa foi uma vitória, pois o novo Mineirão foi todo pensado em cima da consciência ambiental", comemora o gerente de tecnologia da Minas Arena, Otávio Góes.

Pré-requisitos

Para conquistar a certificação, a Minas Arena cumpriu itens considerados pré-requisitos e ainda apresentou inovações sustentáveis que não eram exigidas pela USGBC, que renderam 81 pontos e equivalem ao Selo Platinum. Os critérios avaliados foram “Sustainable site”, “Water Efficiency”, “Energy and atmosphere”, “Materials and resources”, “Indoor enviromental air quality” e “Innovation in design & regional priority”.

"Apresentamos soluções que não eram exigência da certificadora, como é o caso da fonte de energia renovável no Mineirão. Alcançar esta certificação representa um avanço enorme para nós. Estamos realmente satisfeitos por receber o reconhecimento por um trabalho de mais de três anos. Dedicamos esforços e investimentos para tornar o Mineirão um estádio sustentável, desde a concepção do projeto, passando pela reforma e culminando na operação", detalha a supervisora de meio ambiente e qualidade da Minas Arena, Marcela Viana.

Energia própria
A Usina Solar Fotovoltaica foi um dos destaques para o Mineirão conquistar o selo Platinum. Com capacidade de geração de 1.600 MWH/ano de energia, volume equivalente ao consumo médio de 1.200 casas, o sistema é composto por 6.000 células de silício cristalino instaladas em 9.500 metros quadrados de área na cobertura do estádio. Toda a energia gerada pelas usinas é consumida pelo estádio.
Reuso de resíduos
A sustentabilidade também pautou as ações durante toda a obra de reforma do Mineirão. Mais de 79% dos resíduos gerados foram desviados de aterros sanitários. Os principais volumes gerados foram 75.000 metros cúbicos de concreto, que foram utilizados na pavimentação de ruas e loteamentos; 800.000 de terra, reutilizados em cavas de mineradoras; materiais provenientes da desmontagem do edifício foram reciclados, a madeira foi utilizada por artesãos e o gramado foi doado para projetos sociais. As 52.100 cadeiras do antigo Mineirão foram doadas a 14 estádios, ginásios e instituições de Minas Gerais.
Redução no uso de água na obra e na operação
Durante as obras o sistema lava-rodas com reuso de água implantado, garantiu a redução de custos em R$ 500 mil. Com o estádio em funcionamento, 100% da demanda das bacias e mictórios é suprida por água pluvial, coletada da cobertura do Mineirão e armazenada em um reservatório com capacidade de 5.125 metros cúbicos. Além disso, são utilizados metais sanitários eficientes para reduzir cerca de 10% o consumo de água nas torneiras em todos os banheiros do estádio.
Iluminação
A maior parte do consumo energético de um estádio fica a cargo da iluminação, entre 50% e 60%. Por esse motivo foi instalado um sistema eficiente que reduz em 30% o uso de iluminação.
Gestão de resíduos na operação
Foram substituídas as embalagens dos alimentos de isopor por plástico, o que gerou redução significativa de quantidade de resíduos enviada para o aterro, uma vez que o plástico pode ser facilmente reciclado. Também são feitas auditorias de resíduos gerados a cada jogo.
Patrimônio histórico
Por ser uma edificação tombada pelo patrimônio histórico, a fachada foi mantida, assim como lajes da cobertura, pilares e anel externo. Estima-se que 85% da antiga estrutura tenha sido mantida, com a preservação de 32.500 metros cúbicos de concreto e 3.610 toneladas de aço.
Controles de erosão e sedimentação
Durante as obras foi feita a aspersão de call nos taludes, cinco caminhões-pipa acompanhavam o canteiro 24/h por dia e foi feita a demolição do estacionamento utilizando os detritos como leiras, para reduzir o volume de poeira no ar.
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