Líderes mundiais aguardam com expectativa a divulgação da síntese do quinto relatório do IPCC
Foto: Giselle Garcia/Agência Brasil
A propagação, nos últimos anos, de doenças infeciosas como a malária, a chikungunya e mesmo o ebola são exemplos de como a mudança climática ameaça a segurança sanitária mundial, diz a Organização das Nações Unidas (ONU). "A mudança climática afeta as temperaturas e as condições climáticas das regiões. Na África, por exemplo, os mosquitos podem se propagar de uma região para outra com mais facilidade que antes, tal como na América Latina”, disse o diretor executivo do Conselho de Administração do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Achim Steiner.
Ele acrescentou que em muitas partes do mundo se verá a volta ou a chegada de doenças que simplesmente não tinham sido notificadas antes, devido às altas temperaturas. Steiner destacou que esse fato afetará a infraestrutura sanitária e o sistema de saúde e, em última instância, a saúde e o bem-estar de cada uma das populações do planeta.
Segundo o diretor, outro efeito da mudança climática na saúde é a contaminação, uma vez que a emissão de dióxido de carbono e outros produtos causa agora a morte prematura de aproximadamente 7 milhões de pessoas no mundo a cada ano. "Esse registro é maior do que o número de mortes prematuras por HIV/aids e a malária", comentou Steiner, que defende a implementação de políticas ambientais.
Para ele, grandes economias como o Brasil tomaram medidas significativas para resolver as principais fontes de emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono. "O Brasil tem ajudado muito a reduzir o desmatamento, que é, talvez, um dos passos mais importantes", disse, citando também a Nicarágua pela "incorporação de tecnologias de energias renováveis para gerar eletricidade."
Novo relatório
Líderes mundiais aguardam com expectativa a divulgação da síntese do quinto relatório de avaliação sobre mudanças climáticas, elaborado pelo Painel Internacional da ONU sobre Mudanças Climáticas, o IPCC. O encontro, que reuniu cientistas e membros de governos durante toda a semana em Copenhague, capital da Dinamarca, foi encerrado na sexta-feira, 31 de outubro. O relatório, que promete ser o mais abrangente já visto no setor, será divulgado neste domingo (2).
O presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o ministro de Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar-Vidal, farão a apresentação do documento no domingo. Segundo Pachauri, a síntese funcionará como guia para que os desenvolvedores de políticas públicas consigam chegar a um acordo para redução das emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pela elevação da temperatura do planeta.
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