Planos nacionais manteriam aquecimento do planeta em torno dos 3ºC e não cumprem objetivo de evitar que a temperatura global ultrapasse os 2ºC
Foto: WikiCommons/Arnold Paul/Gralo
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) destacou na primeira semana de novembro que os planos nacionais para combater as mudanças climáticas, encaminhados pelos Estados- membros à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), vão reduzir em até seis gigatoneladas as emissões de dióxido de carbono (CO2) por ano, até 2030. O volume, porém, não garante que a temperatura se mantenha abaixo dos 2ºC até 2100.
Em relatório que avaliou as propostas enviadas por 146 países integrantes da Conferência das Partes da UNFCCC, o Pnuma estima que, somadas, as metas de cada nação, também chamadas Contribuições Pretendidas Nacionalmente Determinadas (INDCs), causariam um impacto significativo nas emissões de gases do efeito estufa. Entre quatro e seis gigatoneladas de dióxido de carbono por ano deixariam de ser liberadas na atmosfera com sua implementação.
As INDCs contêm objetivos específicos que cada país está disposto a cumprir, levando-se em conta as capacidades e circunstâncias nacionais. Os documentos vão formar a base do novo acordo global contra mudanças climáticas, que poderá ser firmado na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC, que começa em Paris, ao final do mês.
Abaixo dos 2ºC
Para alcançar o objetivo de manter a elevação da temperatura abaixo dos 2ºC até o final do século, será necessário cortar mais 12 gigatoneladas, de acordo com o Pnuma. Com as INDCs, o aumento pode chegar a 3ºC. A previsão da agência, porém, supõe que os países não revisariam ou aprimorariam seus esforços depois de 2030, um cenário improvável.
“Para fechar o buraco (de 12 gigatoneladas), é essencial que o acordo de Paris adote uma abordagem dinâmica na qual as ambições, a mobilização de financiamento para o clima e outras formas de cooperação possam ser ajustadas para cima e em intervalores regulares”, afirmou o diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner.
Segundo o chefe da agência da ONU, as INDCs “representam um passo histórico rumo à descarbonização das economias”, ainda que não sejam suficientes para conter o aquecimento do planeta.
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