Ladislau Dowbor: "o problema não é aumentar o PIB, mas o que produzimos e como produzimos"/Foto: WikiBrasil
O planeta Terra é um navio que precisa enfrentar dois grandes desafios: o primeiro é o ambiental. O segundo é a desigualdade social. A metáfora é do economista Ladislau Dowbor, professor da pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
“Estamos gerando aquecimento ao mesmo tempo em que esgotamos os recursos fósseis, que não são renováveis e estamos esgotando a pesca", alertou Dowbor, durante a Expo Brasil Desenvolvimento Local, realizada em Brasília nos dias 25 a 27 de abril. “Se dividir o PIB (Produto Interno Bruto) mundial pela população, estamos produzindo hoje R$ 5,4 mil de bens e serviços por família ao mês. O problema não é aumentar o PIB, mas o que produzimos e como produzimos”, reforçou o especialista.
O planeta ficou pequeno para tanta gente. A superfície da terra é habitada por oito bilhões de pessoas. E como atender a essa população sem provocar o caos ambiental? Atrás de respostas para essas questões, especialistas se reuniram na Roda de Conversa O Local e o Global: Novos paradigmas de produção e consumo - desafios para a Rio+20, que marcou o encerramento das atividades oficiais do evento.
Para Patrícia Paixão, do Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH), a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) surge como uma oportunidade para os países latino-americanos escaparem do modelo imposto pelas nações mais ricas.
A opinião foi compartilhada pelo professor da Universidade Federal do Ceará (UFCE), Eduardo Girão. Segundo ele, a economia solidária não é compreendida como modelo de desenvolvimento e “é tratada pela mídia como algo exótico”. Mas, de acordo com ele, o modelo solidário traz lições importantes e reveladoras para a discussão que será levada para o fórum da ONU. “Os fundos rotativos solidários na Paraíba, por exemplo, constroem cisternas, praticam o plantio ecológico e asseguram melhor qualidade de vida aos moradores da região. Mesmo considerado ultrapassado, esse modelo de desenvolvimento chama a atenção do Banco Mundial”, enfatizou o professor.
O professor da UFCE lembrou que a lógica de mercado, que é regulado pela lei da oferta e procura, levou a indústria da avicultura em Santa Catarina a queimar milhares de frangos por causa dos baixos preços. “Assim como jogam no rio São Francisco toneladas de cebola por causa dessa famigerada lei”, criticou Girão.
Para o professor Cunca Bocayuva, da PUC Rio de Janeiro, pensar outra forma de economia exige mudança da lógica de produção. “Temos na Rio+20 uma abordagem que pode repensar estratégias diante das agendas de desenvolvimento que estão postas”, finalizou.
Com informações da Agência Sebrae de Notícias
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