O objetivo do museu é dar uma lição de sustentabilidade aos visitantes/Imagens: Divulgação
Quem quer ver peças antigas e relíquias de outros séculos não deverá visitar o Museu do Amanhã quando ele for inaugurado, em maio de 2014. A atração, que foi oficialmente apresentada na última quarta-feira, 2 de maio, pretende ser a primeira do mundo voltada para o futuro. E as tendências não se limitam ao conteúdo das exposições. Toda a estrutura do prédio será erguida com base em princípios de sustentabilidade.
Segundo o arquiteto espanhol Santiago Calatrava, responsável pelo projeto, o objetivo é transformar a visita ao museu em um passeio arquitetônico. “Nossa meta é poder fazer com que uma visita ao redor do museu seja uma lição de sustentabilidade, de botânica, de relação com o entorno e do que significa energia solar', explicou.
O prédio será construído no Pier Mauá, região central da cidade, e faz parte do plano de revitalização da zona portuária do Rio. O edifício terá dois andares e seguirá a planta retangular do píer onde será construído, já que a intenção é fazer com que o desenho da construção “dialogue”com a arquitetura da região.
Segundo o arquiteto, o objetivo é que a arquitetura do museu, por si só, dê uma lição de sustentabilidade aos visitantes. “Não é apenas um projeto que visa se interiorizar, mas sim enriquecer o contexto. É um museu que dialoga com a cidade. Assim tomamos o cuidado de não deixá-lo muito alto para que o Mosteiro de São Bento e os demais prédios da região permaneçam visíveis da Baía de Guanabara”, explicou.
Para reduzir os impactos ambientais do prédio serão utilizadas solução como o uso da água do mar para climatizar o interior do museu e a reutilização da mesma no espelho d’água. A construção também deverá contar com aproveitamento de materiais reciclados, placas fotovoltaicas para captação de energia solar, áreas verdes e ciclovias.
Com essas medidas, o Museu do Amanhã pretende buscar a certificação Leed (Liderança em Energia e Projeto Ambiental), concedida pelo Green Building Council (USGBC).
Possibilidades para o futuro
Segundo o curador do museu, o físico e doutor em cosmologia Luiz Alberto Oliveira, a arquitetura sustentável é parte do contexto futurista que o espaço trará. “Todo museu tem uma coleção. A nossa será uma coleção de possibilidades para o futuro. Vamos trabalhar com as perspectivas de mudança para os próximos 50 anos”, afirmou
A museografia será feita pela mesma empresa que trabalhou no Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, em São Paulo. "É um espaço único. Pensar o amanhã de forma futurística e tecnológica era o que não queríamos. A visão é humanística. É um museu de ciência que utiliza a tecnologia como meio", explicou o diretor artístico Andres Clerici.
Por meio de ambientes audiovisuais, instalações interativas e jogos, o público será levado a examinar o passado, manipular as várias tendências da atualidade e pensar nas possibilidades do futuro. Segundo os organizadores, a intenção é conduzir os visitantes a uma reflexão sobre os sintomas da nova era, na qual o homem se tornou uma força capaz de alterar o clima, degradar biomas, interferir em ecossistemas.
“O amanhã é uma construção coletiva e pessoal, é reflexo de escolhas que fazemos cotidianamente. O Museu do Amanhã será um espaço para pensarmos sobre como viveremos no mundo e como viveremos uns com os outros”, afirmou Oliveira.
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