O grupo presidido pelo Brasil vai se dedicar à diferenciação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento
Diante dos impasses nas negociações da 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, criou quatro grupos para resolver os pontos polêmicos que estão em discussão na Cúpula.
Um desses grupos será liderado pela ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A COP21, que termina na sexta-feira, 11 de dezembro, tem como principal objetivo estabelecer um novo pacto mundial de corte das emissões de gases do efeito estufa.
Para a ministra, a escolha do Brasil para presidir um dos comitês de facilitação reafirma o papel de destaque do País na agenda climática. “O Brasil é estratégico na Convenção (das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) e extremamente respeitado”, afirmou Izabella. “O governo francês fez uma progressiva consulta sobre diversos temas e o Brasil também foi facilitador nesse processo”, acrescentou.
O grupo presidido pelo Brasil vai se dedicar à diferenciação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento no que diz respeito às obrigações com a redução de emissões de gases de efeito estufa.
Mais ambição
No ano passado, o País já havia sugerido que as nações tornassem seus compromissos mais ambiciosos à medida que aumentassem o seu desenvolvimento. “A proposta foi muito bem recebida e está sendo considerada quanto à ideia de progressividade”, explicou a ministra.
Para o novo acordo que está em discussão, 186 países já apresentaram, ao longo do ano, percentuais do quanto estão dispositivos a reduzir emissões de suas economias. Juntas, essas metas devem ser capazes de limitar o aumento da temperatura média global em até 2ºC. “Nunca houve tantos governos engajados na questão. A COP21 está fazendo uma ruptura”, analisou Izabella. “Agora, é preciso juntar tudo e construir um acordo em cima disso.”
"Universo Paralelo"
Em nota divulgada no sábado (5), o Observatório do Clima cobrou mais ambição das negociações na capital francesa. "Nesta semana final de negociação, nós não podemos correr o risco de ficar com o mínimo denominador comum e sair de Paris com uma trajetória incerta e sem a ambição necessária. O Brasil, com sua habilidade diplomática e condição de aumentar a própria ambição, pode ajudar a construir os consensos necessários para ficarmos no melhor dos mundos dentre os que estão na mesa – o de menos de 2ºC, que é o que a vida real fora da COP espera."
Na visão do Observatório do Clima, concluída a primeira semana de COP21, houve um avanço no nível técnico da negociação, "mas o texto que será entregue aos ministros ainda ilustra o abismo entre o universo paralelo das salas de reunião de Le Bourget e a vida real, onde os extremos climáticos estão se multiplicando e as pessoas estão morrendo."
"O documento ainda contém vários mundos possíveis: temos o mundo abaixo dos 2ºC, o de 3ºC e o de 4ºC. Os diplomatas parecem à vontade com o fato de que o processo de negociação está caminhando sem muitos solavancos, mas o que é bom para o processo não é necessariamente bom para o clima", observou a organização.
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