A água e o saneamento fazem parte das oito metas de combate à pobreza
Foto: UN Photo/Kibae Park
Em maio, o EcoD mostrou os dados do relatório Progresso sobre Saneamento e Água Potável 2013 – Atualizado, que apontavam que cerca de 2,4 bilhões de pessoas ainda estarão vivendo sem saneamento básico em 2014. Na Semana da Água, iniciada na segunda-feira, 2 de setembro, o vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson afirmou que o momento para ações aceleradas, energizadas e coordenadas para a melhoria do acesso e gestão da água e saneamento é "agora".
Em um discurso na sessão plenária para a Semana Mundial da Água, em Estocolmo, ele pediu cooperação renovada nos esforços para fornecer água de qualidade e saneamento adequado para as mais de 2,5 bilhões de pessoas que vivem sem estes dois importantes recursos e declarou que "lidar eficazmente com a crise de água e saneamento é fundamental para a luta contra a doença e a pobreza".
Eliasson também pediu para os centenas de delegados reunidos na sessão intitulada Construindo Parcerias para o Saneamento e Água para Todos que trabalhem para atingir soluções sustentáveis e medidas entre os atores sociais envolvidos – incluindo os governos nacionais, administrações locais, parceiros de desenvolvimento, organizações internacionais, o setor privado, a comunidade científica e de pesquisa e a sociedade civil.
Um dos ODM
A água e o saneamento fazem parte das oito metas de combate à pobreza – mais conhecidas como os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – às quais líderes mundiais concordaram em atingir até o final de 2015.
O vice-secretário-geral observou o anúncio feito em 2012 de que o mundo havia atingido a meta de acesso a fontes melhoradas de água, mas que a qualidade do recurso em grande parte ainda não consegue atender os padrões básicos da Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 80% da água residual global de assentamentos humanos ou fontes industriais é despejada sem tratamento, contaminando os oceanos, lagos e rios.
O abastecimento de água e o saneamento inadequado equivalem a uma perda econômica de 260 bilhões de dólares em todo o mundo em gastos de saúde e menor produtividade no trabalho, relatou a OMS. O saneamento é a meta mais atrasada dos ODM, e cumpri-la implicaria na redução da proporção de pessoas sem acesso ao saneamento básico de mais da metade para 25% até 2015.
Aumento de conflitos
Lembrando suas experiências em Darfur, no Sudão – quando Eliasson era o enviado especial do secretário-geral – ele alertou que a escassez de água é uma razão para o aumento de conflitos. "Eu já vi isso em Darfur: o envenenamento de poços de água era uma maneira de forçar as pessoas a abandonar as suas aldeias e ir para os campos superlotados", enfatizou.
"Se a concorrência por recursos se transforma em um conflito aberto, invariavelmente todos os lados, todos os envolvidos, vão sofrer", observou o vice-secretário-geral, que completou: "O nosso objetivo deve ser transformar os recursos escassos, em especial a água, em uma razão para a cooperação ao invés do conflito".
EcoDesenvolvimento.org - Tudo Sobre Sustentabilidade em um só Lugar.Veja também:
Leia também:
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!