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"Não sabemos o que o clima está fazendo", reconhece Lovelock

"Não tem nada de muito emocionante acontecendo agora. Deveríamos estar a meio caminho de fritarmos, mas não é isso o que está ocorrendo", reconheceu o cientista britânico Thomas Lovelock, criador da hipótese de Gaia, segundo a qual a Terra se comportaria como um imenso organismo vivo. O pesquisador já havia previsto que o aquecimento global mataria bilhões de pessoas e reduziria a humanidade a poucos refugiados no Ártico. Hoje, demonstra mais cautela.

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07/05/2012 às 12:31 • Atualizada em 03/09/2022 às 17:36 - há XX semanas
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James Lovelock é considerado um verdadeiro guru do movimento ambientalista/Foto: Jon and Lu

O comportamento do clima da Terra desde o ano 2000 contrariou as previsões mais pessimistas e serão necessários mais estudos para entender o futuro do planeta. Quem é informado de que a opinião é do cientista britânico James Lovelock, um dos mais respeitados do mundo pelo movimento ambientalista, pode ficar surpreso. Ele, que já previu que o aquecimento global mataria bilhões de pessoas e reduziria a humanidade a poucos refugiados no Ártico, demonstra mais cautela atualmente.

Criador da hipótese Gaia, segundo a qual a Terra se comportaria como um imenso organismo vivo, Lovelock surpreendeu recentemente em entrevista ao site da rede norte-americana MSNBC. "O problema é que não sabemos o que o clima está fazendo, embora achássemos que sabíamos 20 anos atrás. Isso levou à publicação de alguns livros alarmistas, inclusive os meus", admitiu o cientista, autor do best-seller "A Vingança de Gaia", de 2006, entre outras obras sobre um possível apocalipse climático.

"O clima continua fazendo os seus truques de sempre. Não tem nada de muito emocionante acontecendo agora. Deveríamos estar a meio caminho de fritarmos, mas não é isso o que está ocorrendo", reconheceu o pesquisador. Para Lovelock, é estranho que a temperatura global da Terra não tenha passado por algum aumento nos últimos 12 anos, enquanto os níveis atmosféricos de CO2 continuam em elevação e batendo recordes.

A maioria das simulações do clima do futuro indica que a temperatura global deve ficar mais de dois graus Celsius mais quente até o fim deste século. Esse aumento pode causar secas, inundações e aumento (de 1 m) no nível do mar. Mas não deve chegar perto dos cinco graus Celsius propostos por Lovelock.

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