Representantes de quase 200 países concordaram com a criação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio durante a Rio+20
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Estabelecidos na Rio+20 para ser implementados a partir de 2015, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ainda vão passar por discussões no âmbito das Nações Unidas. No Brasil, o debate que começou entre representantes do governo, que definiram como prioridade a erradicação da pobreza no mundo, será ampliado com a inclusão de sugestões da sociedade civil e do setor privado.
Um grupo de mais de 50 pessoas se prepara para definir na tarde de terça-feira, 18 de dezembro, o que deve ser proposto na agenda global. “Vamos consultar quais são as ideias de diferentes segmentos e o que entendemos como objetivos do desenvolvimento sustentável”, afirmou o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, subsecretário-geral do meio ambiente, energia, ciência e tecnologia do Ministério das Relações Exteriores e coordenador-geral da Rio+20.
Figueiredo destacou que, diferentemente do documento que estabelece os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), no qual há metas para os países em desenvolvimento direcionadas principalmente ao combate à pobreza e à miséria, os compromissos do desenvolvimento sustentável “não se traduzem, necessariamente, em metas nacionais”.
“São objetivos para o mundo inteiro, tendo como filosofia o que o planeta e a humanidade necessitam como um todo”, ressaltou o diplomata. As metas serão globais. Se os países signatários das Nações Unidas definirem, por exemplo, que é preciso aumentar a eficiência energética global em 20%, cada país terá cotas específicas para que a soma de todos os esforços atinja a meta estipulada.
Esforço maior
“As metas serão globais e vão valer para os países em desenvolvimento e os países desenvolvidos, em diferentes níveis de exigência. Mas, em muitos casos, o esforço maior será dos países desenvolvidos”, observou Figueiredo. Seria o caso, por exemplo, de um compromisso em busca de energias mais limpas.
Como o Brasil já tem mais de 80% da matriz de energia elétrica formados por fontes alternativas, a exigência maior recairia sobre economias que ainda utilizam, majoritariamente, fontes consideradas “sujas e não sustentáveis”.
As propostas que serão apresentadas pelos representantes da sociedade civil e por empresários e consolidadas com as sugestões do governo brasileiro serão entregues a uma comissão de 30 integrantes, que começa a se reunir em janeiro para alinhavar as sugestões gerais do Brasil.
O documento acordado deve ser submetido à discussão nas Nações Unidas, juntamente com as propostas de outros países.
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