Fogão ecológico: menor impacto
Foto: Jorge Cardoso/MMA
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) construiu um fogão agroecológico em seu estande na segunda Conferência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (2ª Cnater), realizada até sexta-feira, 3 de junho, em Brasília, sob o lema “Ater, Agroecologia e Alimentos Saudáveis”. O objetivo é divulgar ações de convivência com o semiárido e combate à semiaridez. A ação tem chamado bastante a atenção do público da Conferência.
Para realizar essa façanha, o Departamento de Desenvolvimento Rural e de Combate à Desertificação do MMA, responsável pela organização do estande, trouxe um mestre fogãozeiro, Edival Silva, de Ouricuri (PE). O objetivo é disseminar o uso dos fogões a lenha mais eficientes e menos danosos à saúde humana e ambiental, considerando que boa parte da população, nas zonas rurais do Nordeste, ainda utiliza o tradicional fogão a lenha, o que contribui para o desmatamento da Caatinga.
Elisabete Oliveira, 40 anos, participante da Conferência, e Glauber Souriase, 23 anos, ficaram encantados com o fogão. Vindos do estado do Maranhão, eles aprenderam como o modelo apresentado economiza lenha e contribui para melhorar a saúde de quem lida na cozinha. “Vi como é simples trazer um benefício real para as pessoas no campo e para o meio ambiente”, destacou Elisabete.
A construção de fogões agroecológicos no semiárido nordestino, executada em parceria com as ONGs Caatinga e Fundação Araripe, integram as iniciativas do MMA para a difusão de tecnologias socioambientais sustentáveis e de eficiência energética, que tragam benefícios ambientais e mais qualidade de vida às pessoas no campo.
Os fogões agroecológicos, projetados para o consumo mínimo de lenha, permitem, por exemplo, a substituição de lenha grossa por gravetos, que podem ser catados nas florestas e/ou colhidos das podas, sem necessidade de derrubada com o corte raso, produzindo menos fumaça.
Sustentabilidade
Segundo o diretor do Departamento de Desenvolvimento Rural e Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campello, uma mulher chega a dedicar em torno de 18 horas semanais na busca de lenha para o preparo dos alimentos, expostas, em algumas situações, à violência e riscos de morte por acidentes. “Os principais objetivos dos projetos são tornar o uso da lenha sustentável, além de evitar problemas de saúde, melhorar a qualidade de vida das famílias e conservar a paisagem”, explicou.
O projeto da ONG Caatinga, por exemplo, desenvolvido em parceria com o MMA, já construiu mais de 550 fogões agroecológicos, beneficiando famílias do semiárido brasileiro no Piauí e em Pernambuco.
Eventos do MMA
O Ministério do Meio Ambiente também participará das atividades autogestionadas da 2ª Cnater, nesta quinta-feira (2), às 16h30. As palestras do MMA abordarão os temas Manejo e Conservação do Solo, e Uso Múltiplo da Vegetação Nativa dos Biomas Caatinga e Cerrado.
Além do fogão e das palestras, o MMA está expondo, no estande, produtos sustentáveis da sociobiodiversidade da Caatinga e do Cerrado, que serão, inclusive, sorteados entre os participantes da Conferência; e distribuindo inúmeras publicações sobre convivência sustentável com o semiárido nordestino e o uso de tecnologias sociais.
A 2ª Cnater é um espaço de debate que visa reafirmar e fortalecer a importância da participação social no processo de formulação das políticas públicas voltadas ao meio rural brasileiro. A conferência é realizada pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), sob a coordenação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf). O Ministério do Meio Ambiente faz parte da comissão organizadora nacional do evento, que reúne, na capital federal, mais de mil pessoas de todo o país.
(Por Marta Moraes, do MMA)
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