Nem só de tendências de moda e modelos internacionais vive o São Paulo Fashion Week. Na quinta-feira, 14 de junho, a semana de moda ganhou destaque com o desfile da marca Osklen, que trouxe iniciativas de sustentabilidade para a passarela.
A linha, inspirada no verão de Ipanema e liderada pelo estilista Oskar Metsavaht, apresentou looks em tons neutros e muitos tecidos naturais, como linhos e cânhamos, além de acessórios em crochês e tramados rústicos.
Mas o destaque ficou por conta do projeto Traces, apresentado por Metsavaht no quarto dia do evento. A iniciativa, resultado de uma parceria ítalo-brasileira entre o Instituto E, o Ministério do Meio Ambiente, Terra e Mar da Itália, o Fórum das Américas e o Senai-Cetiqt, visa rastrear a pegada de carbono e os impactos socioambientais de seis materiais sustentáveis usados pela Osklen: algodão orgânico, algodão reciclado, couro de pirarucu, juta da Amazônia, malha PET e seda orgânica.
Graças ao projeto, os consumidores da marca poderão ver nas etiquetas dos produtos uma ficha técnica com informações sobre o local de cultivo da matéria-prima, as condições sociais de produção e os impactos causados no meio ambiente.
Segundo Metsavaht, a proposta do Traces é controlar o processo de produção com plantações internacionalmente certificadas e produtos feitos por cooperativas como a Cooperema, de São Gonçalo, que já fez 30 mil peças com juta da Amazônia.
No mesmo dia a Bienal foi palco de uma mesa redonda sobre sustentabilidade e moda com a participação de Metsavaht , de Mario Garnero (presidente do Fórum das Américas), Corrado Clini (Ministro do Meio Ambiente, Terra e Mar da Itália), Rafael Cervone (diretor do Programa Texbrasil-ABIT) e Paulo Borges (diretor criativo do SPFW).
Em entrevista ao blog oficial do evento, Metsavaht comentou que está surgindo no mercado uma nova percepção do termo “luxo" e que “chique mesmo é usar produtos sustentáveis”. “Não há nada mais contemporâneo do que você ver uma mulher com um produto em que o design é respeitado, a qualidade impecável, a estética universal e ainda é sustentável”, completa.
Prêmio-E
No sábado (16), o estilista participa no Forte de Copacabana da primeira edição do Prêmio-E, que busca reconhecer pessoas e instituições que promovem o desenvolvimento socioambiental em seis diferentes áreas de atuação: meio ambiente, terra, energia, educação, economia e empoderamento, sendo esta última aberta para votação popular.
O prêmio, criado pelo próprio Metsavaht e realizado em parceria entre o Instituto E, a Unesco e a Prefeitura do Rio de Janeiro, irá homenagear o Instituto Terra, de Sebastião Salgado e Lélia Deluiz Wanick Salgado, com 14 anos de atuação na recuperação da Mata Atlântica na região do Vale do Rio Doce, e Corrado Clini, Ministro do Meio Ambiente da Itália.
Também receberão prêmios Eugênio Deliberato, com a Reciclanip, dedicada à coleta e destinação de pneus inservíveis; Russel Mittermeier, presidente da Conservation International, líder em pesquisas de biodiversidade e na conservação da floresta tropical; e a oceonógrafa Sylvia Earle, fundadora da Deep Search Foundation.
Na categoria E-brigaders serão homenageados o líder indígena Benki Piyãko, que recebe prêmio no âmbito nacional pelo trabalho em sua aldeia da tribo Ashininka, na fronteira entre Brasil e Peru; e Maurice Strong, Secretário Geral das conferências ambientais de Estocolmo, em 1972, e da Rio-92 e atual presidente do Conselho de Pesquisa e Sustentabilidade para o Nordeste da Ásia, que recebe o título na esfera internacional.
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