Países devem reduzir emissões de CO2 imediatamente, alerta ONU

Medições de carbono em floresta. Redução do desmatamento é uma das medidas para conter emissões.
Foto: Neil Palmer (CIAT)

As chances de manter o aumento médio da temperatura global abaixo dos 2ºC e, assim, evitar mudanças climáticas drásticas são mínimas, caso os países não ajam rapidamente para cortar suas emissões de carbono. O alerta foi dado no relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado na terça-feira, 5 de novembro.

O documento The Emissions Gap Report 2013 (Relatório sobre Emissões Excedentes), produzido por 44 grupos de cientistas em 17 países, esclarece que, até se as nações manterem suas promessas atuais de redução, em 2020 o carbono encontrado na atmosfera será de oito a 12 bilhões de toneladas acima do nível recomendado para evitar graves mudanças do clima.

Caso este cenário se concretize, a humanidade não conseguirá limitar a temperatura em 1,5º C acima dos níveis pré-industriais, destacam os pesquisadores.

Iniciativa

A chamada para ação internacional foi dada uma semana antes do início da COP-19, conferência que deverá definir as bases para a assinatura de um acordo global de redução nas emissões em 2015. Na conferência da ONU em 2010, a comunidade internacional chegou a entrar em consenso sobre limitar a elevação em 2ºC até 2100. No entanto, diversos países ainda não começaram a reduzir as emissões, conforme prometido na ocasião.

"Deixe eles comerem carbono", critica protesto durante a COP-17
Foto: Oxfam International

"Há uma necessidade real de aumento da ambição por todos os países: ambição que pode levar os países mais rápido e mais longe na direção de resolver as lacunas das emissões e de um futuro sustentável para todos", afirmou no comunicado a secretária-executiva da Convenção Básica das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, Christiana Figueres.

De acordo com o Pnuma, a meta de 2ºC ainda poderia ser alcançada por meio da implementação de ambiciosas promessas de redução de emissões e assegurando a cooperação internacional em áreas como eficiência energética e energias renováveis , além da reformulação dos subsídios aos combustíveis fósseis.

O documento, em inglês, pode ser acessado aqui