Alimentação inadequada tem um custo financeiro muito alto
Foto: Walmart
Depois de 22 anos, líderes de centenas de países reúnem-se novamente na sede da agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO) com o objetivo de discutir um tema que interessa a toda população mundial: a nutrição.
Mas o que levou a FAO e a Organização Mundial da Saúde (OMS) a realizarem a Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição neste momento? Os números falam por si só: o mundo tem atualmente 805 milhões de pessoas passando fome, enquanto 500 milhões de indivíduos estão obesos.
O encontro de alto nível que começa em Roma nesta quarta-feira, 19 de novembro, é considerado a maior reunião global sobre nutrição no século 21. Na capital italiana, a Rádio ONU ouviu o diretor-adjunto de Parcerias da FAO. Rolf Hackbart diz que para a agência, as decisões sobre alimentação precisam deixar de serem vistas como uma escolha individual.
"A importância dessa conferência para as pessoas diretamente é de que nós vamos reforçar que nutrição tem que ser um bem público. Muitas pessoas, ainda hoje, pensam que o que estou comendo é um problema meu. Esta conferência busca ressaltar que além de ser uma situação individual, é uma responsabilidade dos governos, da academia, do setor privado e é um bem público."
Impacto Financeiro
Segundo Rolf Hackbart a alimentação inadequada tem um custo financeiro muito alto, resultado das perdas na produção e impactos nos cuidados de saúde. O especialista da FAO cita os últimos dados, divulgados em 2013.
"A nutrição inadequada ou a má nutrição, sob todas as suas formas, custa em torno de US$ 3 trilhões ao ano o que equivale a 5% da produção mundial ou a 400 a 500 dólares por pessoa."
Na Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição, serão adotados dois documentos: a Declaração de Roma sobre Nutrição e o Quadro de Ação, um conjunto com 60 medidas para solucionar as várias causas da alimentação inadequada.
(Por Leda Letra, da Rádio ONU)
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