Proprietários das áreas onde estão os parques eólicos também terão um reforço no orçamento com a remuneração pelo uso da terra
Foto: Divulgação/Blog do Planalto
O Rio Grande do Sul se prepara para sediar em breve o maior complexo eólico da América Latina: o Campos Neutrais. Um grande passo nesse sentido foi dado nesta sexta-feira, 27 de fevereiro, com a inauguração do Parque Eólico Geribatu, em Santa Vitória do Palmar, no extremo sul gaúcho.
O Parque Eólico Geribatu, que agrega 258 MW ao Sistema Interligado Nacional (SIN), reúne 129 aerogeradores (2 MW de potência cada), distribuídos em dez usinas, que ocupam uma área de 47,5 quilômetros quadrados. A energia produzida no extremo sul do Rio Grande do Sul estará conectada ao Sistema Interligado Nacional.
Também nesta sexta-feira foi inaugurado o sistema de transmissão associado ao parque eólico, que poderá levar a energia produzida no Geribatu até Nova Santa Rita, na região metropolitana de Porto Alegre, por 757 km de linhas de transmissão. Os empreendimentos (parque eólico e linhas) estão previstos no PAC2 e somam R$ 2,1 bilhões em investimentos.
A presidente Dilma Rousseff, que participou da inauguração, destacou em seu discurso a importância e o compromisso de se investir em fontes alternativas de geração de energia elétrica. “Além das hidrelétricas, temos de ter (a energia) eólica e (a energia das) termelétricas. Temos de ter diversidade de fontes. Isso garante a segurança energética", enfatizou Dilma.
Segundo o prefeito de Santa Vitória do Palmar, Eduardo Morrone, a estimativa é de um aumento de aproximadamente 30% na arrecadação com o ICMS, com o início da operação do Parque Geribatu, o que possibilitará mais investimentos em setores básicos como saúde e educação.
Campos Neutrais
O empreendimento da Eletrosul reúne três grandes parques: Geribatu, Chuí e Hermenegildo. Em conjunto, o trio soma 583 megawatts (MW) de capacidade instalada, o suficiente para abastecer uma cidade com 3,4 milhões habitantes. A previsão é a de que sejam gerados aproximadamente 4,8 mil empregos diretos e indiretos, o que deve se refletir não só na contratação de mão de obra local, como no aquecimento do comércio e do setor imobiliário das cidades.
A denominação do complexo eólico remete ao período da colonização. A área compreendida entre os banhados do Taim e o Arroio do Chuí, onde foram posteriormente instalados os municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí, foi palco de várias disputas entre tropas portuguesas e espanholas. Para evitar mais conflitos, com a assinatura do Tratado de Santo Ildefonso, em 1777, a região ficou sendo um território neutro e, portanto, conhecida como Campos Neutrais.
Estímulo ao turismo
Um dos segmentos que já tem observado mudanças no cenário econômico da região é o do turismo.
As imensas turbinas eólicas têm atraído turistas de várias partes do País e, também, dos vizinhos Argentina e Uruguai. O Centro de Visitantes do Complexo Eólico Campos Neutrais registrou a passagem de mais de 8,3 mil pessoas nos últimos 12 meses.
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