Relatório pede mais responsabilização das empresas nos esforços para mitigar seus impactos sociais e ambientais da mudança do clima
Foto: Rafael Matsunaga/ Flickr/ (cc)
As empresas estão em dificuldades para precisar a escala e a extensão dos seus impactos ambientais. É o que diz um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
No caso de emissão de gases de efeito estufa, apenas nove das 108 empresas pesquisadas (8%) estabeleceram intenções de redução seguindo a meta científica de limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius, principal objetivo da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21), que será realizada em Paris, em dezembro desse ano.
Lançado em 12 de novembro, em Berlim, o relatório Elevando o nível – Avançando a Divulgação Ambiental no Relatório de Sustentabilidade pede mais responsabilização das empresas nos esforços para mitigar seus impactos sociais e ambientais da mudança do clima, como estabelecido na Agenda 2030 pelo Desenvolvimento Sustentável.
A análise do Pnuma acerca dos relatórios de sustentabilidade de 108 empresas concluiu que, tipicamente, são divulgados dados em quatro áreas-chave: emissão de gases de efeito estufa (relatado por 95% das empresas pesquisadas); energia (83%); água (81%) e materiais/ resíduos (75%). No entanto, a qualidade desses relatórios é insuficiente para representar todos os impactos ambientais e sociais causados pelas empresas.
Elevar o padrão
“Relatórios de sustentabilidade empresarial precisam elevar rapidamente seu padrão de um enfoque em melhorias incrementais e isoladas para os impactos ambientais corporativos”, defendeu o chefe da área de Cidades Sustentáveis e Estilo de Vida do Pnuma, Arab Hoballah.
“Deveriam, em vez disso, servir para acelerar operações de negócios ao longo de cadeias de valor a fim de conseguir o tipo de mudança transformadora necessária para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. Isso é precisamente o que é necessário para incentivar os países e as empresas a agirem de forma eficaz em seus respectivos níveis.”
De acordo com o estudo, os desafios-chave para aumentar a qualidade dos relatórios de sustentabilidade são:
- A necessidade de harmonizar e fortalecer a determinação de materialidade e a garantia de metodologias.
- A necessidade de maior comunicação colaborativa, através de um maior engajamento com as cadeias de valor a montante (por exemplo, fornecedores) e as partes interessadas a jusante, para transformar os relatórios de sustentabilidade do atual formato unilateral (do tipo transmissão) para um intercâmbio mais multidireccional, dinâmico e contínuo com todas as partes interessadas relevantes.
- Uma alarmante subutilização do contexto do princípio da sustentabilidade - colocando o desempenho de uma empresa no contexto dos limites e demandas dos recursos ambientais ou sociais.
(Via ONU Brasil)
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