Por-do-dol sobre o rio Guaíba
Foto: Giuliano Griffante
Há muito tempo que ando
nas ruas de um Porto não muito Alegre
e que não entanto
me traz encantos
e um por-de-sol lhe traduz em versos.
(Horizontes - composição: José Fogaça)
Porto Alegre completa 241 anos na terça-feira, 26 de março, repleta de conquistas e desafios, como praticamente todas as grandes cidades brasileiras. Obviamente, não é mais a província onde casais açorianos aportaram em meados do século 18, seguidos posteriormente por imigrantes alemães, italianos, judeus, africanos, poloneses e árabes. A capital gaúcha tornou-se uma metrópole habitada por 1,5 milhão de pessoas, segundo dados do IBGE, e pretende buscar o desenvolvimento sustentável.
É de lá que vem o Orçamento Participativo (OP), uma das iniciativas que integram os mais de 80 prêmios e títulos que distinguem Porto Alegre como uma das melhores capitais brasileiras para morar, trabalhar, fazer negócios, estudar e se divertir.
Participação cidadã
Exemplo de participação cidadã copiado em diversos países da Europa, o OP é um sistema de co-gestão com a participação da comunidade para a estruturação do orçamento da cidade. Os moradores apresentam propostas e informações, assessoria técnica e infraestrutura, além de possuir representatividade sobre as instâncias deliberativas. Desde que foi implantado, há mais de 20 anos, alguns de seus principais resultados foram:
- Melhoria na infraestrutura em áreas mais vulneráveis socialmente;
- Melhoria no transporte público;
- Triplicação do número de creches;
- Triplicação do número de crianças que frequentam a escola;
- Aumento de investimentos no setor de saúde;
- Transparência, responsabilização, eficácia na gestão municipal;
- Redução da corrupção.
Pluralidade e participação cidadã marcam o Fórum Social Mundial, que nasceu em Porto Alegre
Foto: Murilo Gitel/EcoD
Foi também em Porto Alegre que nasceu, em 2001, o Fórum Social Mundial, que em 2010 contou com cobertura especial do EcoD. O evento foi criado por uma série de organizações de esquerda como partidos políticos, sindicatos e ONGs, com o objetivo de se contrapor ao Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), realizado tradicionalmente no mês de janeiro. As três primeiras edições do encontro foram realizadas na capital gaúcha, então administrada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), e ficaram marcadas pelo caráter combativo e militante dos participantes.
Cidade Inteligente
Aproveitar as tecnologias já existentes para ajudar a solucionar os problemas dos grandes centros urbanos é a base do conceito de cidades inteligentes. Nesse sentido, Porto Alegre foi reconhecida em novembro de 2012, em Nova York, quando foi premiada pela empresa IBM durante o evento Smarter Cities Challenge Summit 2012.
O prefeito José Fortunati (3º da esq. para à dir.) participou do evento em NY
Foto: PRNewsFoto/IBM
Cidade-sede da Copa do Mundo Fifa 2014, a capital gaúcha deverá inaugurar o Aeromóvel ainda no primeiro semestre de 2013, que fará o trajeto entre a Estação Aeroporto da Trensurb e o Terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho em menos de dois minutos. Já as obras do Metrô, orçadas em 2,4 bilhões, devem começar entre julho e setembro, com conclusão prevista para 2017, segundo informações de Zero Hora.
O primeiro aeromóvel da linha Trensurb-Infraero, que fará o trajeto entre a Estação Aeroporto da Trensurb e o Terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho, está pronto desde outubro de 2012
Foto: Trensurb/Divulgação
Em maio de 2012, o EcoD mostrou que os ciclistas de Porto Alegre realizaram a campanha intitulada Mais amor, menos motor, na qual reivindicaram respeito dos motoristas, além de solicitarem uma rede completa de ciclofaixas e ciclovias na cidade. Três meses antes, nós mostramos aqui uma novidade bem interessante: a proteção da ciclovia da Avenida Ipiranga conta com plástico reciclável, em vez de toras de eucalipto - como a prefeitura havia proposto inicialmente, o que causou protestos de arquitetos, urbanistas e ambientalistas.
Coleta seletiva
Modelo nacionalmente reconhecido por conta de seu pioneirismo e eficácia, a coleta seletiva de Porto Alegre ainda não consegue atingir todas as ruas da cidade, embora alcance 100% dos bairros. O sistema tem dificuldades em cumprir com pontualidade os horários de recolhimento e apresenta poucos projetos de incentivo à reciclagem por parte da população.
Com cerca de 800 pessoas trabalhando nas unidades de triagem conveniadas pelo DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana), que recebem R$ 610 mensais do governo municipal para a execução da coleta, o serviço é realizado duas vezes por semana.
Em alguns bairros, segundo o órgão, não há como chegar em 100% das ruas. Existem locais que o acesso é difícil e que falta material de reciclagem.
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