O Memorial da Resistência, em São Paulo, é o modelo proposto pela Comissão da Verdade para conservar a memória da repressão / Foto: Juliana Dacoregio
Os prédios do Rio de Janeiro que foram usados pelo regime militar para torturar presos políticos poderão ser tombados para criação de memoriais. A ideia partiu da Comissão Nacional da Verdade e atende à reivindicação de organizações da sociedade civil, como informa o coordenador da comissão, Gilson Dipp.
A reivindicação da criação dos memoriais, dos centros culturais e dos tombamentos é do Coletivo Memória Verdade e Justiça, formado por cerca de 20 organizações, dentre elas, a Seccional RJ da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que recebeu a comissão na segunda-feira, 13 de agosto, pela primeira vez. No encontro foram entregues depoimentos de sobreviventes e de parentes de desaparecidos.
O coordenador afirma que os memoriais ajudam a contar a história do país. Um exemplo é o Museu da Resistência, que foi criado em São Paulo no local onde funcionava a antiga sede do Departamento de Ordem e Política Social (Dops). "De todos esses locais, os mais importantes, na nossa proposição, é que se tornem relíquias, quanta gente nunca ouviu falar da repressão militar?", perguntou Dipp.
Durante o evento, o presidente da seccional da OAB, Wadih Damous, pediu o tombamento do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na Tijuca, e da chamada Casa da Morte, em Petrópolis, mantida secretamente pelo Exército, de onde apenas a militante Inês Etienne Romeu saiu viva.
Ana Bursztyn-Miranda, que também representava o coletivo no Rio, acrescentou que outro importante centro de tortura e prisão de militantes, o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) do Rio, onde funciona o Museu da Polícia Civil, como já é tombado, deve ser transformado em um memorial. O prédio histórico é de 1912.
"Como foi um prédio tão importante criado para ser sede da Polícia Central do Brasil, quando o Rio era capital, e tem uma memória de repressão longa, funcionou também na ditadura de Getúlio Vargas, aceitamos negociar a permanência do Museu da Polícia Civil, até porque boa parte deste acervo foi conseguido por meio de métodos repressivos", observou Ana Bursztyn.
Com informações do Portal Brasil.
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