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SUSTENTABILIDADE

Presidente do Cempre defende Política Nacional para a Reciclagem

"Essa agenda terá que ser puxada pelo governo e será essencial para agregar valor aos materiais coletados nos municípios", afirmou Victor Bicca, que também é diretor de Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil. Embora o país seja atualmente campeão mundial como reciclador de latas de alumínio (98%), além de estar entre os países que mais reciclam garrafas PET (56%) e papelão (70%), também é verdade que o setor de reciclagem deixa de ser estruturado.

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31/07/2012 às 14:36 • Atualizada em 29/08/2022 às 9:00 - há XX semanas
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Victor Bicca defende a estruturação do setor de reciclagem no Brasil. Foto:Guilherme Lima/ASN

Embora o Brasil seja atualmente campeão mundial como reciclador de latas de alumínio (98%), além de estar entre os países que mais reciclam garrafas PET (56%) e papelão (70%), também é verdade que o setor de reciclagem no país deixa de ser estruturado. Contudo, a reciclagem mostra-se, cada vez mais, como uma nova vocação produtiva nacional.

A opinião é do presidente do Centro Empresarial para Reciclagem (Cempre), Victor Bicca, que também é diretor de Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil. Em entrevista ao Centro Sebrae de Sustentabilidade, o executivo destacou que, no momento, estão sendo dados os primeiros passos para a implantação do setor de reciclagem no país, um dos novos ramos econômicos contemplados pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS ou Lei 12.305), aprovada há cerca de dois anos, depois de 20 anos de discussão.

"A nova legislação é um marco extraordinário e já acelerou o surgimento de empreendimentos de reciclagem, mas esses negócios ainda dependerão muito do governo e do estabelecimento da Política Nacional para o Setor de Reciclagem e de sua desoneração. Será necessário agregar valor aos resíduos na ponta para desenvolver e consolidar esse ramo", defendeu Bicca.

A PNRS determina a implantação da coleta seletiva em todos os 5.565 municípios brasileiros e o fim dos lixões existentes até 2014.

Segundo ele, o papel das prefeituras será fundamental no processo de criação do setor de reciclagem. "A coleta seletiva funcionará como a espinha dorsal do modelo brasileiro, formalizado pela PNRS. Nele os catadores são peças-chave, seja no serviço de coleta porta a porta, seja no de triagem. Dentro de algum tempo, eles vão trabalhar como empreendedores sociais formalizados", projetou o presidente do Cempre.

Muito a ser feito

De acordo com Bicca, há muito a ser feito e estruturado até a implantação definitiva do setor. "Esse cenário deverá levar em torno de 20 anos para ser construído e consolidado. No processo de estabelecimento desse ramo econômico haverá oportunidades para empresas e empreendimentos de todos os portes."

A expectativa do presidente do Cempre é a de que teremos de contar com um parque industrial reciclador forte para atender todas as demandas que surgirão. "Nesse contexto, haverá necessidade de uma Política Nacional para o Setor de Reciclagem, bem como um grande esforço para a desoneração da cadeia produtiva de reciclagem. Essa agenda terá que ser puxada pelo governo e será essencial para agregar valor aos materiais coletados nos municípios", defendeu.

Sem isso, segundo Victor Bicca, o Brasil correrá o risco de não capturar todas as oportunidades criadas pelas novas regras da gestão de resíduos no país.

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