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SUSTENTABILIDADE

Produção automobilística dos EUA é sustentada por desmate na Amazônia

Conclusão consta no relatório "Carvoaria Amazônia", da ONG Greenpeace, segundo o qual até 90% do ferro-gusa produzido na região de Carajás é exportado para siderúrgicas americanas, que por sua vez fornecem para grandes montadoras. O ferro-gusa, que requer carvão vegetal, é a principal matéria prima para a fabricação do aço.

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15/05/2012 às 11:00 • Atualizada em 10/09/2022 às 17:44 - há XX semanas
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Operação Saldo Negro, do IBAMA - Fornos de carvão da Carvoaria Líder, localizada no município de Tucuruí, Pará/Fotos: Greenpeace

O seu carro pode ter sido fabricado à custa do desmatamento ilegal, trabalho escravos e invasões de terras indígenas na Amazônia brasileira. Isto é o que afirma um relatório divulgado na segunda-feira, 14 de maio, pela ONG ambientalista Greenpeace. O documento liga o desmatamento ilegal no Pará e Maranhão à produção de aço voltada para o mercado automobilístico dos Estados Unidos.

Segundo o relatório Carvoaria Amazônia, até 90% do ferro-gusa produzido na região de Carajás é exportado para siderúrgicas americanas, que por sua vez fornecem para grandes montadoras. O ferro-gusa, que requer carvão vegetal, é a principal matéria prima para a fabricação do aço.

A maior parte das florestas remanescentes em Carajás, onde a Vale explora o maior estoque de minério de ferro do planeta, são áreas protegidas, principalmente indígenas. De acordo com o Greenpeace, as terras são constantemente invadidas por madeireiros e carvoeiros, com ocorrências frequentes de violência. Ao menos duas guseiras brasileiras estariam envolvidas neste esquema de produção, conforme o documento.

Dever de casa

Em um protesto na segunda-feira, os ativistas do Greenpeace bloquearam a âncora de um navio no Maranhão com um banner no qual havia a inscrição: “Dilma, desliga a motosserra”. O navio cargueiro bahamense Clipper Hope levaria um carregamento de 30 mil toneladas de ferro-gusa aos Estados Unidos.

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Além de chamar atenção para as denúncias na região, o protesto realizado na capital maranhense, segundo os organizadores, pretendeu questionar o comprometimento da presidente Dilma Rousseff e seu governo quanto à proteção ambiental às vésperas da Rio+20.

“Enquanto o governo Dilma vende a imagem de país verde e moderno, esta região está virando carvão para alimentar as indústrias de ferro-gusa e aço, que espalham o que há de mais arcaico e predatório pela Amazônia”, afirmou ao site da ONG Paulo Adario, diretor da campanha Amazônia do Greenpeace.

Demanda

A ONG afirma ainda que quase 60% da madeira que entra nos fornos de carvão são provenientes de desmatamento ilegal. Para produzir um metro cúbico de ferro-gusa são necessários 33,41 metros cúbicos de madeira seca.

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De acordo uma pesquisa realizada pelas ONGs WWF, Instituto Ethos, Fundação Avina e Repórter Brasil, até 2020 será necessário 1 milhão de km² de floresta plantada no país para suprir a demanda industrial.

Acesse aqui o relatório completo

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