Parque Estadual Tucumã, em Colniza/Foto: Divulgação
A Bunge Brasil, uma das principais empresas de agronegócios e alimentação que atuam no país, promete lançar um projeto de Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) no segundo semestre de 2012, em uma área localizada no município de Colniza, ao Norte do Mato Grosso. A iniciativa será executada pela Florestal Santa Maria em parceria com a Bunge, por meio da divisão Bunge Environmental Markets (BEM).
Com o projeto, a Bunge pretende gerar créditos de carbono em uma área de floresta nativa no bioma amazônico, situada em propriedade privada. Até então, a maior parte dos créditos de carbono florestais eram provenientes de áreas públicas ou de florestas plantadas.
A ação aplica-se às emissões evitadas pela manutenção da floresta nativa em pé, iniciando uma nova fase na geração de créditos de carbono no país, com a valorização real desta vegetação. Os créditos de carbono têm valor comercial e podem gerar recursos financeiros significativos, representando um verdadeiro impulso na Economia Verde, que é o principal tema da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), que começa nesta quarta-feira, 13 de junho, no Rio de Janeiro.
A preservação da mata permite a geração de créditos de carbono e a criação de novos postos de trabalho na região. “Esta iniciativa materializa o valor da manutenção da vegetação nativa, da preservação de biomas e do manejo sustentável da floresta”, destacou Adalgiso Telles, diretor de assuntos corporativos e sustentabilidade da Bunge Brasil.
Segundo a empresa, o projeto, a princípio, terá duração de 30 anos e evitará uma emissão total da ordem de 30 milhões de toneladas de CO², ou cerca de 1 milhão de toneladas de CO² por ano. Além de aplicar seu conhecimento técnico, a Bunge também firmou um compromisso de compra de parte dos créditos de carbono, permitindo a negociação antecipada. “Os acionistas da Florestal Santa Maria se sentiram ainda mais motivados a realizar o projeto, em função do suporte técnico especializado e do compromisso de compra efetivados pela Bunge Environmental Markets”, afirmou Telles.
A Bunge, que atua na cadeia de alimentos, do campo à mesa do consumidor, possui uma plataforma global na qual um de seus quatro pilares trata de emissões e dos seus efeitos nas mudanças climáticas. A empresa afirma ter sua matriz energética no Brasil com mais de 90% de fontes renováveis e vislumbra que, até 2016, sua produção de bioenergia gerará eletricidade equivalente ao consumo de uma cidade de 4 milhões de habitantes.
Em 2011, projetos da multinacional no mercado de carbono no Brasil possibilitaram créditos comercializáveis, que ultrapassaram em 20% as próprias emissões da empresa no país.
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