Mulheres de 16 a 21 anos, estudantes da rede pública de ensino médio da Baixada Fluminense, poderão participar de cursos de economia criativa na organização não governamental (ONG) Onda Verde a partir do ano que vem. A entidade vai construir um prédio exclusivamente para atender ao público feminino, com cursos de três meses de duração nas áreas de moda, design, cinema, fotografia, direitos humanos e mídias sociais.
De acordo com o gerente de Políticas Públicas da ONG, Hélio Vanderlei, o imóvel está em fase de projeto executivo e será feito com contêineres reciclados. A construção está prevista para começar em janeiro de 2015 e a inauguração deve ocorrer no fim de março. Segundo Vanderlei, a questão de gênero foi identificada nas pesquisas da Onda Verde na Baixada Fluminense.
“A gente faz educação ambiental há dez anos e percebeu que o público feminino gira em torno de 72% de todas as turmas que a gente traz para a Onda Verde. E a gente não tinha na ONG um projeto específico de gênero, de mulher e meio ambiente. E aí nasceu no debate interno da diretoria a proposta de fazer um prédio para as meninas, um prédio para as mulheres”.
A ONG Onda Verde vai completar 21 anos em janeiro e atende a 10 mil jovens de escolas públicas por ano nos projetos de educação ambiental, em que são tratados temas como a coleta seletiva, os recursos hídricos, a Mata Atlântica, a biodiversidade e questões ligadas às comunidades, como a poluição e degradação dos rios e a falta de água na Baixada Fluminense.
A entidade também mantém o Centro de Pesquisa da Mata Atlântica, onde 30 jovens universitários são qualificados para o mercado de trabalho nos laboratórios de análise de água, de solo e de sementes. Além disso, produz 200 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica por ano e já plantou 600 mil árvores na região.
Os cursos de economia criativa são gratuitos, patrocinado pela Petrobras, e as inscrições para a primeira seleção já estão sendo feitas nas escolas da baixada. As meninas também receberão uma bolsa de R$ 250 para alimentação e transporte. Serão formadas quatro turmas com 25 meninas por ano, com carga de 210 horas de aula por curso.
(Por Akemi Nitahara, da Agência Brasil)
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