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Relatório mundial sobre bioenergia lançado no Brasil fornece análise abrangente

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16/04/2015 às 8:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 18:42 - há XX semanas
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Refinaria transforma bagaço da cana de açúcar em combustível
Foto: Sweeter Alternative

Cento e trinta e sete especialistas de 24 países e 82 instituições debruçaram-se por dois anos sobre as diversas questões relacionadas com a produção e o uso de bioenergia e sustentabilidade e produziram o relatório Bioenergy & Sustainability.

O volume foi lançado na terça-feira, 14 de abril, na sede da Fapesp, durante o primeiro simpósio internacional para o lançamento do relatório e discussão das suas conclusões e recomendações.

O trabalho foi coordenado por cientistas ligados aos programas Fapesp de Pesquisa em Bioenergia, Mudanças Climáticas Globais e Biota – de pesquisa sobre a biodiversidade – e teve apoio da Fapesp e do Comitê Científico para Problemas do Ambiente (Scope, na sigla em inglês), agência intergovernamental responsável pela iniciativa associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Relatório fornece uma análise abrangente de tecnologias e práticas atuais da bioenergia, incluindo produção, sistemas e mercados, e o potencial de expansão sustentável e de maior adoção da bioenergia, em paralelo com uma revisão crítica dos seus impactos

No encontro, que teve a participação de pesquisadores e especialistas do Brasil e do exterior ligados a instituições de ensino e pesquisa e à indústria, além de representantes de organizações não governamentais, foram apresentados o estado e as tendências atuais na produção de bioenergia e seus efeitos na elaboração de estratégias nas áreas política, de inovação e de comunicação.

Com base em mais de 2 mil referências e estudos, o relatório fornece uma análise abrangente de tecnologias e práticas atuais da bioenergia, incluindo produção, sistemas e mercados, e o potencial de expansão sustentável e de maior adoção da bioenergia, em paralelo com uma revisão crítica dos seus impactos.

Expansão e impactos

Os autores consideraram como a expansão da bioenergia e seus impactos afetam os sistemas atuais de energia, a produção de alimentos, a segurança ambiental e climática e o desenvolvimento sustentável, tanto em regiões desenvolvidas como em desenvolvimento.

A partir dessa análise abrangente, os autores apresentam recomendações embasadas cientificamente para a adoção de políticas e a implantação de diferentes opções de uso da bioenergia, nas diferentes regiões do mundo: biocombustíveis líquidos, bioeletricidade, biogás e produtos químicos de base biológica, entre outros.

O relatório está dividido em cinco Seções, sendo a primeira de apresentação e a segunda um Sumário Executivo do relatório, abrangendo o Sumário Técnico e os Números da Bioenergia – amplo levantamento de dados de produção atual de biomassa e de uso da terra, de tecnologias de conversão e números referentes às necessidades futuras, considerando benefícios sociais e ambientais.

A Seção III traz as sínteses de temas transversais, cada um com suas respectivas conclusões e recomendações: segurança energética, bioenergia e segurança alimentar, segurança ambiental e climática, desenvolvimento sustentável e inovação e as lacunas do conhecimento para a expansão sustentável da bioenergia. A Seção IV apresenta o estado da arte levantado pelos experts que subsidiou um intenso debate dos especialistas de várias áreas ao definir as recomendações e destaques apresentados na Seção III, como uso da terra, fontes de biomassa para bioenergia, integração com agricultura e silvicultura, água e solo, emissões de gases de efeito estufa até os impactos dos biocombustíveis na biodiversidade e serviços ecossistêmicos e as questões sociais e econômicas envolvidas.

Destaques

O relatório Bioenergy & Sustainability confirma o valor da bioenergia como alternativa energética e para a redução dos impactos da queima de combustíveis fósseis. Destaca ainda as possibilidades de aumentar a segurança energética e a mitigação das mudanças climáticas pelo uso de tecnologias avançadas de conversão de biomassa, que também contribuiriam para compensar impactos ambientais negativos causados pelo desmatamento e degradação de terras cultivadas e pastagens.

Outra conclusão é que sistemas de produção de bioenergia que adotam práticas sustentáveis podem compensar emissões de gases de efeito estufa resultantes de mudanças no uso da terra ou perda da biodiversidade. Essas tecnologias e procedimentos incluem a combinação de diferentes matérias-primas, utilização de coprodutos, integração da bioenergia com a agricultura, intensificação de pastagens, zoneamento agroecológico, planejamento de paisagens, aumento de produtividade e outras práticas de gerenciamento da terra adaptadas a condições locais.

Os autores concluem ainda que existem áreas suficientes no mundo para ampliação do cultivo de biomassa, que a maioria das terras está na América Latina e na África e que o uso dessas áreas não representa uma ameaça para a segurança alimentar e a biodiversidade. E confirmam evidências de que a adoção de tecnologias para melhoria do solo, a integração de cadeias produtivas e o uso de subprodutos da bioenergia em áreas rurais pobres podem melhorar o desempenho da economia, aumentar a qualidade dos alimentos, diminuir a poluição e criar empregos.

A íntegra do relatório Bioenergy & Sustainability está publicada em: bioenfapesp.org/scopebioenergy/index.php/chapters

(Via Agência Fapesp)

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