Responsabilidade social no futebol "engatinha" no Brasil, afirma Isaac Edington

Vitória e Corinthians realizaram ação de reflorestamento em 2010 para neutralizar carbono
Foto: Adenilson Nunes/Secom-BA

O seu clube do coração tem ações de responsabilidade social? Na opinião de Isaac Edington, diretor-presidente do Instituto EcoDesenvolvimento, os times brasileiros ainda "engatinham" nessa questão. "Já avançamos muito em cobrar atitudes das empresas sobre assuntos relacionados à responsabilidade socioambiental. Por essa razão, nós, consumidores e antes de tudo cidadãos, temos sido beneficiados pelo fato de grandes, médias e até pequenas empresas estarem atuando de forma responsável nos mais variados setores econômicos. E os times de futebol?", questiona em artigo publicado no jornal Correio* de segunda-feira, 22 de julho.

De acordo com Edington, que também é secretário do Escritório Municipal da Copa do Mundo da 2014 na Prefeitura de Salvador, a Uefa (órgão que administra o futebol europeu) investe e desenvolve diversos programas sociais; a Fifa iniciou em 2005 o movimento Football for Hope e vem apoiando desde então, no mundo inteiro, programas que combinam futebol e desenvolvimento social.

"Times europeus também. O Chelsea da Inglaterra, que possui uma atuante fundação, recentemente anunciou investimentos comunitários no outro lado do planeta, no bairro do Harlem, em Nova York. A Barcelona Foundation, controlada pelo time do craque Messi, se uniu à Fundação Bill & Melinda Gates na luta contra o pólio", exemplificou o secretário da Ecopa de Salvador.

Raras ações

Já aqui no Brasil, segundo Edington, Corinthians e Internacional são raros exemplos de ações de responsabilidade social no futebol brasileiro. O clube paulista divulga relatórios de sustentabilidade, "atitude raríssima no setor, o que já indica um esforço do clube em buscar transparência e mesmo ética na relação com seus públicos de interesse". Já o gaúcho também tem realizado projetos próprios em parcerias com instituições.

"Muito pouco, principalmente se falarmos da grande influência que o futebol exerce na sociedade brasileira, nas multidões que o mesmo consegue reunir e na relevante movimentação econômica direta e indireta ligada ao esporte maior da pátria das chuteiras de Nelson Rodrigues", argumentou o diretor-geral do Instituto EcoDesenvolvimento, que também destacou a importância de os torcedores cobrarem dos clubes iniciativas nesse sentido.

"Se você achar que a atuação do seu time deixa a desejar, é hora de começar a cobrar dele uma mudança de atitude. Tenha certeza de que será muito bom para o seu time e melhor ainda para sociedade. E você, torcedor, terá um motivo a mais para se orgulhar do seu time do coração", conclui Isaac Edington.

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