O ano de 2012 foi o ano em que o Brasil passou a ocupar a quarta posição em meio aos países no mundo que mais erguem construções sustentáveis, segundo o Green Building Council (USGBC), maior órgão internacional de certificação do setor.
Enquanto em 2011 17 edifícios receberam a certificação LEED, esse ano o número chegou a 32. Outros 620 estão registrados no sistema e receberão o selo se comprovarem o atendimento a critérios como: eficiência energética; uso racional de água; qualidade ambiental interna; uso de materiais, tecnologias e recursos ambientalmente corretas, entre outras ações que minimizem os impactos ao meio ambiente.
Dentre as 32 edificações certificadas esse ano, o EcoD selecionou seis, que viabilizaram a posição brasileira, deixando-a atrás apenas dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes Unidos.
Editora Abril, localizado na Marginal Pinheiros – São Paulo
O edifício conhecido como NEA (Novo Edifício Abril) entre os funcionários do grupo, recebeu em janeiro a certificação Leed, configurando-se a primeira edificação de 2012 a ganhar o título.
Os principais pontos que contribuíram para essa qualificação foram: ganhos em eficiência energética e redução do consumo de água, graças à instalação de equipamentos e sistemas apropriados; e gestão de resíduos sólidos, uma vez que 95% dos materiais de consumo regular do prédio são descartados de forma ambientalmente correta - o que inclui a reciclagem de papel e plástico e a trituração das sobras dos alimentos preparados no edifício, que são destinados à compostagem.
Starbucks Brasil, localizada no Shopping Rio Sul – Rio de Janeiro
O segundo do ano ficou com a Starbucks, maior rede de cafeterias do mundo. Para conseguir se enquadrar nos requisitos exigidos pelo U.S. Green Building Council, a loja do Shopping Rio Sul fez alguns ajustes na estrutura durante a sua construção, tais como: a instalação de aeradores nas torneiras, que permitem a redução de 30% do consumo de água; ar-condicionado livre de CFC; otimização de mais de 35% da energia elétrica, através do uso de lâmpadas LED; a maioria dos equipamentos tem consumo eficiente de energia; reciclagem do lixo; piso e forro mantidos da instalação anterior; algumas paredes sem pintura (tijolo à vista) para diminuir o consumo de tinta; 75% do lixo gerado pela obra doado ou reciclado (não foi utilizada caçamba comum); 100% de madeira certificada; uso de materiais regionais adquirido de artesões locais; e, utilização de tinta à base de água. Além disso, eles realizarem uma campanha de incentivo do uso de transporte público para os clientes da loja.
Energisa - Paraíba
A sede da Energisa Paraíba, na cidade de Patos, conquistou a certificação LEED na categoria Silver em fevereiro.
No projeto foram utilizadas técnicas de sombreamento, captação e reutilização da água e aplicados materiais com certificado de procedência, como madeira e cercas de elementos reciclados. As áreas externas têm piso-grama e piso intertravado que evitam a impermeabilização do terreno. As salas têm sensores de presença e, para revestir as paredes, foi usada tinta à base de água, verniz e resina vegetal com baixo índice de composto orgânico volátil.
Edifício Eco Berrini – São Paulo
Em maio foi a vez do edifício Eco Berrini se certificar. Localizado em São Paulo, o empreendimento é constituído por uma torre corporativa de 32 pavimentos (entre pavimentos-tipo, térreo, intermediário), cinco subsolos e um edifício-garagem anexo - este já existente e que foi acrescido de dois novos pavimentos, distribuídos em aproximadamente 95.000 m² de área construída.
O projeto recebeu a certificação LEED Platinum, por estabelecer uma série de estratégias como o uso racional da água, o tratamento e reaproveitamento de águas cinzas, eficiência energética, gestão de resíduos e consumo racional de materiais na obra. Suas fachadas de vidro foram projetadas de acordo com a orientação solar, específica para as faces leste e oeste, e outra, para as fachadas norte e sul, assegurando menor carga térmica no ambiente e, consequentemente, menor consumo de energia elétrica dos sistemas de iluminação e ar condicionado.
O sistema de ar condicionado utiliza caixas VAVs e condicionadores de ar tipo fancoils acionados por variadores de frequência. Foram previstos ainda um sistema de vazão de ar exterior, que será modulado em cada pavimento por um registro com atuador proporcional, e um sistema de resfriamento noturno de modo a pré-resfriar o ar exterior através da recuperação de calor do ar exaurido pelo sistema de exaustão dos banheiros. Essas ações proporcionaram economia de 40% no consumo de água e 30% de energia.
Centro Empresarial i-Tower – São Paulo
Foto: Carlos Gueller/Divulgação
A Odebrecht Realizações Imobiliárias conquistou em julho o certificado Leed Gold para o edifício empresarial i-Tower, em Barueri, São Paulo. Um projeto de 26 andares que é anexo ao Iguatemi Alphaville.
Para obter a certificação, o prédio adotou medidas construtivas e procedimentais que buscam eficiência no uso de recursos, com foco na redução dos impactos socioambientais, tais como: escolha sustentável do terreno; uso racional de água, energia e emissões atmosféricas; consumo de materiais e gerenciamento dos resíduos; qualidade do ambiente construído e o processo de inovação e concepção do projeto.
Edifício JK 1455 – São Paulo
O mês de novembro registrou as últimas certificações do ano, a exemplo do edifício comercial JK 1455, da Cyrela Commercial Properties em São Paulo, que recebeu a certificação Leed Gold de Operação e Manutenção. O prédio, localizado na Avenida Presidente Juscelino Kubitscheck, é do tipo Triple A.
De acordo com a Cyrela, aferições e ajustes na eficiência energética e consumo de água foram feitos em parceria com a consultoria da OTEC para conquistar o selo. Além disso, foram realizadas adaptações em relação aos serviços de coleta de lixo, limpeza, controle de pragas e adequação nos modelos de compra e transporte.
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